Como controlar o colesterol?


07 de agosto de 2013


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A data 8 de agosto marca o Dia Nacional do Controle do Colesterol

Aveia, linhaça e hortaliças são alguns alimentos comumente associados à diminuição do colesterol. Embora não atuem diretamente neste processo, farelos integrais, folhas verdes e fibras das frutas podem, sim, ajudar a reduzir o colesterol ruim (LDL), pois aumentam o bolo fecal e impedem a absorção de sais biliares, ricos em LDL, no intestino grosso. Esses alimentos, então, acabam carregando esses sais para a eliminação junto das fezes, explica o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Josemar de Almeida Moura.

Outro produto muito consumido com esse intuito, as cápsulas de óleo de peixe, podem não ter o efeito desejado. “O óleo de peixe não é indicado para tratar o colesterol individualmente, a principio não seria um tratamento para esse problema, por isso não deve ser tomado por conta própria”, afirma Josemar de Almeida.

O colesterol é uma substância produzida pelo nosso próprio corpo, não apenas adquirida em nossa dieta. Ao contrário do que muitos pensam, ele não causa apenas prejuízos para nosso organismo, mas faz parte da parede das nossas células, de tecidos, órgãos e hormônios, atuando na nossa digestão.

O chamado “colesterol bom”, ou HDL, leva esse nome por ter um efeito protetor sobre o coração e os vasos sanguíneos, evitando o depósito de gordura nas artérias. Já o “colesterol ruim”, ou LDL, é conhecido assim por ser um dos compostos que acelera o processo de envelhecimento e endurecimento das artérias, facilitando o entupimento e obstrução dos vasos sanguíneos. Porém, esse risco ocorre apenas quando o nível de LDL está em excesso, explica Josemar de Almeida.

Segundo o professor, o componente genético também é um fator relevante para as alterações nos níveis de colesterol. Essas influências genéticas, segundo o professor, podem levar à fabricação do LDL em excesso ou até mesmo impedir a eliminação dele. Por isso, é importante prestar atenção nos problemas que a família, como um todo, enfrenta com o colesterol. Dependendo do caso, pode até mesmo existir casos de colesterol alto na infância, por isso, é importante ficar atento a cada especificidade.

Mas, mesmo para quem não tem histórico genético, a ingestão de gordura animal em excesso causa elevação na taxa de colesterol. O professor lembra que essa gordura não é encontrada apenas na carne animal, mas também no leite, na gema do ovo e em produtos industrializados, como molhos e temperos prontos.

Prejuízos

A elevação do colesterol no nosso organismo pode gerar inúmeros prejuízos. Josemar Almeida destaca que entre eles estão a aterogênese, que é a formação de placas nos vasos sanguíneos, além do endurecimento das artérias, que leva à obstrução delas e impede o transporte de oxigênio através do sangue para todo o organismo. Assim, todo esse processo pode culminar até mesmo num infarto.

Os maiores riscos dessas elevadas taxas são para homens acima de 40 anos e mulheres depois da menopausa. Porém, é importante que o controle seja feito antes de chegar nessa idade. “O infarto é um desfecho do não cuidado com o colesterol”, alerta Josemar.

Controle

Para se ter um maior controle é preciso procurar um médico e dosar o colesterol. Uma dieta saudável e sem abusos no consumo de gorduras também é muito importante. “Para quem tem o colesterol alto é importante ter um acompanhamento médico e para quem não tem, mas se preocupa ou tem um histórico na família, deveria não consumir em excesso as gorduras de origem animal e produtos industrializados, comer mais peixes, vegetais verdes, frutas e alimentos integrais e praticar atividades físicas aeróbicas, pois elas ajudam a aumentar o colesterol bom”.

O uso de medicamentos é algo mais específico e deve ser analisado por um médico, que poderá avaliar os riscos de acordo com a faixa etária, gênero e níveis de colesterol no sangue. Josemar de Almeida lembra que os casos podem ser diversos e os tratamentos também. “É diferente tratar um jovem com uma discreta alteração de alguém diabético ou que já teve um infarto”.