Crises epilépticas caracterizam epilepsia, mas não significam a doença
Nova série de rádio destaca a epilepsia e aborda diagnóstico, estigmas e tratamentos desse distúrbio neurológico
13 de janeiro de 2017
Nova série de rádio destaca a epilepsia e aborda diagnóstico, estigmas e tratamentos desse distúrbio neurológico
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 5% da população mundial terá pelo menos uma crise epiléptica durante a vida. O número é bem superior aos diagnósticos de epilepsia – 1% das pessoas em escala global –, ou seja, um indivíduo que tem esse tipo de crise não apresenta, necessariamente, a doença.
“A epilepsia é uma doença de origem cerebral, caracterizada por crises epilépticas recorrentes. O cérebro de um paciente é capaz de gerar crises de forma espontânea, sem que haja um fator agressor vigente naquele momento”, explica a médica neurofisiologista do Centro de Cirurgia de Epilepsia do Hospital das Clínicas da UFMG, Ana Paula Gonçalves. Segundo a especialista, para ter uma crise esse paciente não precisa, por exemplo, ter uma febre, infecção ou estar com a glicose baixa.
Ana Paula define a crise epiléptica como “o curto circuito da nossa ‘circuitaria elétrica’ cerebral”. A “central elétrica” é o cérebro, que coordena todas as nossas funções. Portanto, a epilepsia é quando o cérebro, por si só, tem uma instabilidade capaz de gerar crises. As crises convulsivas, porém, podem acontecer por motivo de febre nas crianças, hipoglicemia, infecções ou alterações de exames, não representando, necessariamente, um quadro de epilepsia.
A crise epiléptica mais conhecida, chamada de tônico crônico generalizada, é aquela que o indivíduo perde a consciência e cai no chão, apresentando movimentos involuntários por todo o corpo. Existem, no entanto, outros tipos de crise, uma vez que a origem dela está no cérebro, órgão com diversas funções e especificidades. “Sabendo que uma crise convulsiva pode começar de qualquer estrutura cerebral, a gente vai saber que há diversos tipos de crise. Crises de ausência, crises em que o paciente apenas perde o sentido e fica com automatismos mastigatórios, fica fazendo movimentos involuntários com as mãos”, exemplifica Ana Paula.
Para saber mais sobre a epilepsia e suas crises, estigmas e quadros psiquiátricos associados, além dos tratamentos recomendados, confira a nova série do Saúde com Ciência.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.