Debate sobre ensino da Saúde no mundo encerra Congresso

“A educação em minha instituição e em meu país” foi tema das apresentações.


05 de setembro de 2014


Regina Ungerer, da OMS, fala aos congressistas.

Regina Ungerer, da OMS, fala aos congressistas.

O 1º Simpósio Internacional de Educação em Saúde fechou as atividades do 3º Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG na tarde dessa sexta-feira, 5 de setembro, e contou com a mesa-redonda “A educação em minha instituição e em meu país”. Os palestrantes, convidados nacionais e internacionais, falaram do ensino da Medicina em seus países de origem e de outros temas relevantes à educação.

“Como o assunto é de grande interesse a todos nós, proponho que a mesa se junte à plateia e assista às falas dos demais”, iniciou o presidente da mesa e professor Emérito da UFMG, Alcino Lázaro da Silva.

Assim feito, a coordenadora da rede de informação em português da Organização Mundial da Saúde (OMS), Regina Ungerer, introduziu a palestra falando da Organização e seus princípios. A OMS lidera questões de saúde no mundo e está em 194 países.

“Em 2007, criamos uma força tarefa para intensificar o treinamento e capacitação dos profissionais da Saúde de diversos países. Muito se fala de melhorar a Saúde, mas somente 2% do investimento nessa área são direcionados à preparação dos profissionais”, explicou.

Todo o ensino em Portugal é feito em universidades estatais. Em seis anos os alunos saem da graduação com o título de mestre mas, se quiserem fazer somente três anos do curso, considerado ciclo básico, tornam-se aptos a fazer pesquisas na área da Saúde.

“Quando fui convidado e questionei o que queriam de mim, me disseram que esse Simpósio seria um ‘bate-papo’. Aceitei, e depois tive que descobrir o que era um ‘bate-papo’”, brincou o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia e do Centro de Simulação Obstétrica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal, Diogo Ayres de Campos, ao expor o ensino da Saúde em seu país.

A principal dificuldade enfrentada, na visão do professor, é a grande pressão que os custos dessa educação colocam sobre as contas do Estado, principalmente com a atual crise econômica mundial, e a seleção dos estudantes através de notas cumulativas desde o ensino secundário, não avaliando outras aptidões para o ingresso universitário.

O psiquiatra e psicanalista de Bordeaux, França, e membro da Associação Mundial de Psicanálise, Philippe Lacadée, ressaltou a dificuldade do ensino aos adolescentes franceses, e a diferença entre o conhecimento transmitido através da internet e o saber. “A transmissão do saber é um processo vivo, e faz diferença porque o professor mostra o aluno como esse saber mudou sua vida”, disse.

A educação em Saúde na Colômbia é privada. Em sua fala, o psicanalista e professor da Universidad de Antioquia da Colômbia, Mario Elkin Ramírez Ortiz, relatou a formação e princípio da psicanálise, sua área de atuação.

Para abordar o ensino em Saúde na UFMG e no Brasil, foram convidadas as professoras do Departamento de Pediatria Benigna Maria de Oliveira e Cristina Gonçalves Alvim, que falaram dos principais aspectos da formação dos médicos brasileiros e da extensão universitária da UFMG, respectivamente.

A Faculdade de Medicina da UFMG forma 320 médicos por ano, e conta com iniciativas que, para a professora Cristina Alvim, são muito importantes na formação dos médicos. “São desde aos serviços de apoio ao estudante à presença dos professores no campo prático”, relatou.

A professora ressaltou ainda que não há real terminalidade do curso de Medicina. “Não são só seis anos. Somos aprendizes para o resto da vida”, afirmou.

Ao fim da discussão, o diretor da Faculdade, professor Tarcizo Afonso Nunes, destacou a importância da realização do Simpósio e do Congresso em geral. “Essa troca de experiências entre pessoas, universidades e até mesmo países é extremamente rica para todos nós”.

O moderador da mesa, professor Andy Petroianu, e o presidente da mesa, Alcino Lázaro da Silva.

O moderador da mesa, professor Andy Petroianu, e o presidente da mesa, Alcino Lázaro da Silva.

O debate contou ainda com a presença do moderador da mesa e professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, Andy Petroianu.

3º Congresso
O 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG chegou, hoje, ao seu último dia de atividades. A programação reuniu sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas, em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”, em oito eixos temáticos.

Confira a programação completa.

Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.

Mais informações:
3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.br

 

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