Depressão pode ser tanto sintoma inicial quanto fator de risco para Alzheimer
Saúde com Ciência destaca possíveis causas, sintomas, fatores de risco, diagnóstico e tratamentos da doença de Alzheimer
01 de julho de 2016
Nova série do Saúde com Ciência destaca possíveis causas, sintomas, fatores de risco, diagnóstico e tratamentos da doença de Alzheimer
A relação entre depressão e Alzheimer vai além dos 2 milhões de casos diagnosticados de cada doença anualmente no Brasil. A depressão provoca alterações no cérebro que o torna mais suscetível ao desenvolvimento da doença de Alzheimer no futuro. Ela também pode ser um dos primeiros sintomas comportamentais percebidos no paciente.
A geriatra e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Maria Aparecida Bicalho, explica como a depressão torna o indivíduo mais propenso ao desenvolvimento da doença de Alzheimer: “A depressão, quando se desenvolve ao longo da vida, tem um substrato anatômico que leva à hipotrofia de uma região cerebral que se chama hipocampo, que é a região onde normalmente a doença de Alzheimer inicia suas alterações neuropatológicas”.
Ao desenvolver a doença, também é comum o indivíduo apresentar um comportamento depressivo como um de seus sintomas iniciais. “A pessoa pode ter depressão como uma manifestação do Alzheimer. Assim como o idoso, quando manifesta a doença, pode começar com um quadro depressivo. Esse quadro ‘abre’ a doença”, afirma Maria Aparecida Bicalho.
Falta de interesse e melancolia são comuns nos idosos – a terceira idade é a fase da vida em que o Alzheimer se desenvolve majoritariamente –, também por outros motivos, como um luto prolongado ou um tratamento de saúde. Tais fatores devem ser levados em conta no diagnóstico, já que não significam, necessariamente, que a pessoa tenha depressão ou a doença de Alzheimer.
A médica geriatra cita a importância da família e das pessoas próximas ao idoso na atenção a um possível comportamento depressivo. Se ele começar a apresentá-lo, é indicado buscar um serviço de saúde. “Tanto na doença de Alzheimer quanto na depressão, o diagnóstico e início de tratamento precoces contribuem para reduzir os prejuízos à qualidade de vida do paciente”, lembra.
Dicas de apoio
A doença de Alzheimer compromete a atenção, a memória e o comportamento de quem a desenvolve e, por isso, exige que as pessoas ao redor estejam bem informadas para oferecerem um apoio sólido ao paciente, ao mesmo tempo em que buscam manter suas rotinas equilibradas.
Associações como a Apaz – Associação de Parentes e Amigos de Pessoas com Alzheimer, Doenças Similares e Idosos Dependentes – focam na tolerância e aceitação do comportamento do indivíduo como efeito da doença. Para tanto, são guiadas pela lista dos “Dez Nuncas”, que sugere algumas atitudes aos familiares e cuidadores.
São eles: nunca discuta com o paciente; nunca trate de argumentar com ele, distraia sua atenção; nunca o constranja; nunca tente lhe dar lições, aprenda com ele; nunca exija que ele se recorde; nunca diga “já lhe falei”; nunca diga “você não pode”; nunca faça exigências; nunca faça comentários negativos sobre ele; nunca force, reforce a situação.
Na nova série do Saúde com Ciência, o suporte aos familiares e pessoas próximas ao paciente também é citado pelos especialistas entrevistados. Fique ligado!
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 177 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.