Doar sangue: conheça os requisitos e tipos sanguíneos

Programa de rádio reapresenta série sobre doação de sangue e ouve especialistas da Faculdade de Medicina e Fundação Hemominas


16 de junho de 2017


Programa de rádio reapresenta série sobre doação de sangue e ouve especialistas da Faculdade de Medicina e Fundação Hemominas

Se você tem entre dezesseis e 69 anos de idade, goza de boa saúde e pesa mais de cinquenta quilos… Sorria! Você pode ser um doador de sangue. Para isso, é importante não ter tido hepatite após os 11 anos nem ter se exposto a situações de riscos para infecções sexualmente transmissíveis.

“É bom lembrar que acima de 61 anos está apto a doar quem já era doador antes dos sessenta”, acrescenta a chefe da gerência de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas, Heloísa Gontijo. Segundo Heloísa, o processo de doação de sangue é fundamental para o funcionamento de um hospital, uma vez que ele precisa de um banco de sangue para tratamentos cirúrgicos e outros procedimentos.

Foto: Reprodução

O diretor técnico-científico do Hemominas, Fernando Basques, também cita a importância desse banco ao citar avanços mais recentes. “Há vinte anos, um transplante hepático consumia quarenta bolsas de sangue. Hoje, na maioria das vezes, os cirurgiões conseguem operar sem a utilização de hemocomponentes. Mas é sempre importante ter uma reserva, caso haja necessidade”, afirma.

Tipos sanguíneos

Um aspecto importante em procedimentos que envolvem transfusão de sangue está ligado à compatibilidade entre os tipos sanguíneos, definidos pelo sistema ABO (tipos de sangue A, B, AB e O) e RH (positivo ou negativo).

“Quem é do grupo A tem um antígeno que é chamado de A, então ele reconhece quem é A como se fosse da turma dele. Já com o grupo B ele vai dizer ‘olha, esse não faz parte da minha turma’ porque ele não tem a aglutinina A. Quem é do grupo O é como se fosse o ‘gente boa’, ou seja, tanto grupo A quanto grupo B, ao entrarem em contato com o O, não o reconhecem como estranho”, explica de modo didático o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, José Roberto de Faria.

No sistema ABO, se o grupo O pode doar pra qualquer um, o grupo AB é o receptor universal. “Quem é do grupo AB, como tem tanto o A como o B, não faz anticorpo nem contra um nem contra o outro, ou seja, ele pode receber de qualquer um. Já o O pode doar pra qualquer um”, diz José Roberto. O professor ainda ressalta que quem tem o RH positivo pode doar sangue somente para outro positivo, enquanto o RH negativo doa para ambos.

Ilustração simplificada do sistema ABO. Reprodução: Internet

De acordo com Heloísa Gontijo, tudo isso influencia nos estoques de banco de sangue. “Estamos passando por dificuldades com os grupos negativos, especialmente o O negativo. Isso porque quase 90% da população é de grupos positivos”, informa. A especialista também explica porque o sangue O negativo é valioso para esse estoque: “Quando uma pessoa chega ao pronto-socorro precisando de uma transfusão e não dá tempo de classificar seu tipo sanguíneo, liga-se um sangue O negativo”.

Para agendar uma doação na Fundação Hemominas, ligue gratuitamente para o número 155 e tecle a opção oito. Quem faz o agendamento prévio tem prioridade no atendimento.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 186 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.