Egressa da primeira turma de Tecnologia em Radiologia vence prêmio “25 Mulheres na Ciência: América Latina”

Esther Machado espera motivar e inspirar outras alunas a seguirem carreira na ciência.


17 de fevereiro de 2022 - , ,


Imagem: Captura de tela do vídeo de apresentação da premiação.

A egressa da primeira turma do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Esther Machado Pereira, venceu o prêmio “25 Mulheres na Ciência: América Latina”, promovido pela empresa 3M. A iniciativa busca reduzir as diferenças de gênero, dar maior visibilidade às disciplinas da área da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática e garantir maior diversidade nestas áreas.

Imagem: captura de tela do site da premiação.

A premiação foi anunciada no Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, 11 de fevereiro. Foram seis as representantes do Brasil na premiação. “Apesar de nós mulheres sermos a maioria das bolsistas de mestrado e doutorado no Brasil, quando se trata da área de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) este cenário ainda é majoritariamente masculino. Acredito que isto é reflexo dos preconceitos formados e reforçados na sociedade desde a infância e que acabam afastando as mulheres dessas áreas”, afirma.

Seu interesse na ciência foi despertado durante a graduação na Faculdade de Medicina. “Durante minha graduação na Faculdade de Medicina tive a oportunidade de participar de um projeto de extensão que aguçou meu interesse pela pesquisa, além de ter ótimos professores que me incentivaram a prosseguir meus estudos na pós-graduação”, conta. 

Após colar grau em fevereiro de 2014, a egressa seguiu os estudos no Departamento de Engenharia Nuclear da UFMG, onde realizou mestrado e doutorado. Sua área de pesquisa é no desenvolvimento de protótipo de um biomaterial implantável com a finalidade de ser visualizado por técnicas de imagem, como os raios X. A utilização prevista inicialmente para este material é como fio de sutura e malha para hérnia. Sua vantagem perante os já disponíveis no mercado está na capacidade de visualização sem que haja um procedimento invasivo, como uma cirurgia, para avaliação de possíveis retrações ou deslocamentos.

Como premiação, Esther recebeu certificação, troféu e um curso na EGADE Business School, visibilidade para o projeto de pesquisa que executou no doutorado e um e-book com sua trajetória.

Além das seis pesquisadoras brasileiras, também foram reconhecidas cientistas da Colômbia, Perú, Panamá, Costa Rica, México, Chile e Argentina.

“Infelizmente mulheres pesquisadoras e cientistas ainda ocupam um número reduzido de cargos em posições hierárquicas mais altas, além de termos menos acesso a financiamentos, o que acaba nos colocando em posição de desvantagem quando se trata de publicações científicas de impacto elevado. Deste modo, fazer ciência se torna um ato de luta, coragem e resistência!”

Segundo a pesquisadora, novos biomateriais estão em constante criação e aperfeiçoamento, mas o diferencial dessa proposta é levar tecnologia a custo acessível, principalmente para usuários do SUS, refletindo também nos gastos dos cofres públicos. “Espero poder motivar e inspirar muitas outras alunas a seguirem carreira científica”, conclui.