Estudo avalia voz e expressividade de professores universitários


16 de abril de 2018


 

No Dia da Voz, comemorado em 16 de abril, conheça o trabalho da fonoaudióloga Nayara Ribeiro Gomes, que avaliou autopercepção de professores da UFMG com relação à voz e expressividade.

Carol Prado*

Nayara: “É necessário propor medidas de promoção e prevenção em saúde vocal”. Foto: Arquivo pessoal.

A fonoaudióloga Nayara Ribeiro Gomes, orientada pela Professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG Adriane Mesquita de Medeiros, avaliou a autopercepção de professores de diversos cursos da  UFMG a partir de um questionário online. O formulário foi respondido por 334 professores, no período de novembro de 2016 a março de 2017.

O questionário contava com perguntas ligadas à autopercepção da voz; como o professor percebe a voz, a velocidade, o ritmo e articulação de fala, se há necessidade de elevar a voz devido ao ruído e questões que investigavam sintomas vocais e expressividade. De acordo com a pesquisadora, 24% dos professores referiram presença de cinco ou mais sintomas vocais. “Indivíduos com maior número de sintomas relataram ajustes inadequados como velocidade de fala rápida e uso de voz forte e mais aguda, o que reforça a importância do trabalho fonoaudiológico nestes casos”, afirma a fonoaudióloga.

Dentre os resultados da pesquisa, também ficou demostrado que têm maior chance de apresentar cinco ou mais sintomas vocais: as mulheres, professores que falam rápido, com volume forte e tom agudo, que auto percebem a voz como ruim e professores que tinham necessidade de elevar a voz na presença do ruído.

O estudo trouxe também a expressividade como fator relacionado. “Uma das propostas era saber se o professor que usa mais os recursos de expressividade, como contato visual com alunos, gestos e expressões, apresentaria menos sintomas vocais”, explicou Nayara.

Para Nayara, a comunidade de professores universitários também precisa de um olhar do ponto de vista da saúde do trabalhador. “É preciso possibilitar aos docentes o conhecimento quanto aos fatores de risco para a voz e a importância do desempenho comunicativo em sala de aula. É necessário ainda propor medidas de promoção e prevenção em saúde vocal como a redução do ruído do ambiente a o uso do microfone”, concluiu. Segundo a autora do trabalho, existe uma lacuna na pesquisa referente aos aspectos comunicativos no ambiente universitário. “Há vários estudos sobre temática da voz, e muitos sobre a voz do professor. Entretanto, o professor do ensino superior é pouco citado na literatura”, revela Nayara.

“Voz e expressividade de professores universitários”
Autor: Nayara Ribeiro Gomes
Nível: Mestrado
Programa: Graduação em Ciências Fonoaudiológicas
Orientador: Adriane Mesquita de Medeiros
Coorientador: Letícia Caldas Teixeira
Data da defesa: 23 de fevereiro de 2018

 

*Redação: Carol Prado – estagiária de jornalismo
Edição: Mariana Pires