Fatores ambientais são determinantes para obesidade em crianças

Falta de segurança em espaços públicos pode favorecer sobrepeso, segundo pesquisa apresentada no programa ‘Aqui tem Ciência’


25 de maio de 2021 - , , , , ,


Tempo de tela das crianças e dos familiares foi um dos fatores avaliados na pesquisa
Tempo de tela das crianças e dos familiares foi um dos fatores avaliados na pesquisa. Foto: August de Richelieu/ Pexels

Pesquisa realizada com 717 estudantes do 4º ano do ensino fundamental matriculados em escolas municipais de Belo Horizonte mostra que 12% das crianças na faixa etária dos nove aos 10 anos apresentavam quadro de obesidade. O levantamento ocorreu antes da pandemia.

Autora do estudo, a nutricionista Ariene Silva do Carmo observou a influência de fatores ambientais, como a segurança da vizinhança e a proximidade de estabelecimentos que vendem produtos ultraprocessados, para o desenvolvimento da obesidade. O maior tempo gasto pela criança e seus familiares diante de aparelhos eletrônicos, como celulares, tablets e televisão, também contribuiu para o excesso de peso. 

Em sua tese de doutorado, a pesquisadora concluiu que os fatores ambientais são determinantes, tanto quanto o contexto familiar, para que as crianças se tornem obesas. Mesmo quando as famílias moram em locais que contam com espaços públicos de lazer e desportivos, a questão da segurança se sobrepõe.

“A criança que mora em um ambiente que vende mais alimentos ultraprocessados e com índices maiores de criminalidade e acidentes de trânsito, por exemplo, está mais exposta a riscos. Regiões que têm esses três fatores combinados são, de acordo com a nossa observação, as de maior prevalência de excesso de peso”, avalia.

Saiba mais sobre a pesquisa no novo episódio do Aqui tem Ciência:

A tese foi defendida no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, na área de concentração Saúde da criança e do adolescente, sob orientação das professoras Luana Caroline dos Santos e Larissa Loures Mendes. O trabalho é vinculado ao Núcleo de Estudos em Alimentação e Nutrição nos Ciclos da Vida e ao Grupo de Estudo, Pesquisa e Práticas em Ambiente Alimentar e Saúde, ambos da Escola de Enfermagem. 

A pesquisa foi realizada em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

A pesquisadora Ariene Silva do Carmo
Ariene Silva do Carmo: combinação de fatores. Acervo pessoal

Raio-x da pesquisa

Tese: Associações entre o ambiente construído, segurança da vizinhança e características familiares e a obesidade entre escolares de 9-10 anos de idade.
O que é: pesquisa avaliou prevalência de obesidade entre estudantes do 4º ano do ensino fundamental matriculados nas escolas municipais de Belo Horizonte.
Pesquisadora: Ariene Silva do Carmo
Programa: Ciências da Saúde, na área de Saúde da criança e do adolescente
Orientadoras: Luana Caroline dos Santos e Larissa Loures Mendes
Ano da defesa: 2020
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


O episódio 65 do programa Aqui tem ciência tem apresentação e produção de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues. O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da emissora apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa da Universidade.

Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.

Texto: Centro de Comunicação da UFMG