Hipotireoidismo deve ser observado para gravidez e desenvolvimento do bebê

Nova edição das Aspas Sonoras destaca relação da glândula tireoide com a gestação e desenvolvimento infantil


21 de dezembro de 2017


Nova edição das Aspas Sonoras destaca relação da glândula tireoide com a gestação e desenvolvimento infantil

Marcos Paulo Rodrigues*

O hipotireoidismo pode ser definido como a falta da ação do hormônio tireoidiano no corpo humano. Uma inflamação na glândula tireoide a impede de produzir o hormônio T4, responsável pela regulação do metabolismo de modo geral, com o possível comprometimento das funções de órgãos como o coração, fígado e rins. No caso das mulheres, o quadro também pode afetar a gestação.

O professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Rodrigo Foscolo, explica como a desregulação hormonal causada pela disfunção da glândula pode influenciar na fertilidade e ainda no desenvolvimento do bebê:

 

Outras causas e consequências do hipotireoidismo são apresentados no programa de quarta-feira da série “Glândula Tireoide”, produzida pelo Saúde com Ciência. Sobre a relação da disfunção com uma situação de gravidez, Foscolo indica que o cenário ideal é a mulher estar com os níveis hormonais bem controlados antes mesmo da gestação:

 

Após o parto, a mulher deve manter o acompanhamento médico para indicar as doses hormonais, que variam de acordo com seu peso. O endocrinologista também explica como ocorre o acompanhamento dos níveis hormonais do bebê para que um possível quadro de hipotireoidismo seja diagnosticado precocemente:

 

Foto: unsplash.com

O Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina da UFMG realiza atividades de ensino, pesquisa e extensão na área da saúde da mulher e da criança, especialmente por meio da triagem neonatal, pré-natal e genética.

Rodrigo Foscolo ressalta a importância do teste do pezinho para o diagnóstico precoce ao dar exemplos de como a falta do hormônio tireoidiano pode influenciar no desenvolvimento do bebê, dependendo dos níveis de produção do hormônio apresentada pela criança:

 

História familiar

A genética familiar é um dos fatores possivelmente associados aos distúrbios da tireoide, como o hipotireoidismo. Segundo o também endocrinologista e professor do Departamento de Clínica Médica, Antônio Ribeiro Júnior, apesar de o filho não herdar, necessariamente, a condição dos pais, o histórico familiar deve ser observado:

 

No caso do hipotireoidismo, o diagnóstico a partir do teste do pezinho e início precoce do tratamento permitem o desenvolvimento adequado da criança, evitando consequências da carência do hormônio nos primeiros meses de vida, como a falta de força no desempenho de atividades como a amamentação.

Aspas Sonoras

As “Aspas Sonoras”, produção do Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, ampliam a discussão sobre os temas abordados nas séries de rádio realizadas pelo Saúde com Ciência. As matérias apresentam áudios e textos inéditos do material apurado na produção das séries.

A série “Glândula Tireoide” foi ao ar entre os dias 4 e 8 deste mês. Além do hipotireoidismo, foram destaques o hipertireoidismo, o câncer de tireoide e a relação da glândula com alimentação e uso de medicamentos.

*Edição: Lucas Rodrigues