Trabalho em equipe como essência da Atenção Básica


04 de setembro de 2014


PSF

Para Eduardo Souza, estratégia de Saúde da Família é fundamental.

Embora com mais de 25 anos do Programa de Saúde da Família (PSF), muitas pessoas ainda têm ideias equivocadas a respeito. Para debater as estratégias desse programa, o 3° Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG elaborou uma mesa-redonda com discussões sobre o médico e a equipe. “Um dos problemas pelo qual todos nós passamos é a organização do processo de trabalho. É saber como trabalhar junto e dentro de um sistema público com usuários definidos”, relatou o moderador Edison Corrêa, vice-coordenador do Núcelo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon) da Faculdade.

De acordo com Maria Rizoneide Negreiros, membro da coordenação do Nescon, as ações do Ministério da Saúde visam melhorar a atenção básica. “Estamos entrando com uma nova reforma curricular para que os alunos possam vivenciar essa experiência. Mas, sabemos que não é fácil mudar de um dia para o outro”, contou. Sobre as mudanças, Maria José Grillo, pró-reitora de Recursos Humanos da UFMG e ex-funcionária do Nescon, completou. “As mudanças não acontecem de repente. É ate mais fácil voltar para o projeto anterior do que terminar de construir esse”, afirmou.

A dificuldade principal, segundo ela, se deve ao fato de o trabalho em equipe ser muito difícil. “Não adianta só um médico, ou só um enfermeiro ou outro profissional se preocupar sozinho com o paciente. Todos têm que estar preocupados com o processo. O trabalho em equipe é a essência na atenção básica. Quanto mais profissionais incorporarem essa equipe, melhor”, disse. É por isso que a equipe necessita de um projeto comum com a definição dos problemas e dos objetivos da ação coletiva para solucioná-los.

A discussão é intensa e aborda muitas questões. Maria José defende a ideia de uma equipe que, além de compor diferentes profissionais, compartilhe seus conhecimentos em prol de um resultado melhor. Ela reconhece a importância das especialidades, como também reconhece a necessidade de um amplo conhecimento para que consigam responder o que cabe a eles, sem a necessidade de ter que transferir para um polo maior. “As especificidades devem ser compreendidas e respeitas. Do mesmo modo, o conhecimento e a competência de responsabilidades comuns também”, declarou.

O secretário Municipal de Saúde, Eduardo Souza, acrescentou outro ponto: a frequente evasão de médico do Programa da Saúde da Família (PSF). “Quando falamos de equipe e não de um ajuntamento de profissionais, temos uma questão importante que é lidar com um dos componentes que não estão dispostos a ficar por muito tempo”, expôs. Ele explica que, assim, ao considerar essa realidade, torna-se complicado o gestor decidir sobre educação permanente e continuada sabendo que aquele profissional não estará lá daqui a um ano. “Apesar de ainda ter desafio enormes na estratégia e organização do trabalho, reconhecemos que a estratégia de Saúde da Família é fundamental. Hoje temos trabalhos científicos que comprovam os resultados do investimento na ponta”, concluiu.

Nescon
O Núcleo é referência para o Programa da Saúde da Família ao oferecer, com apoio da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), o Curso de Especialização Estratégia Saúde da Família (CEESF). Maria Rizoneide Negreiros explicou essa importância. “O Nescon tem uma história dentro da Faculdade de Medicina ao trabalhar com os municípios na formação de trabalhadores da área da área da saúde. O CEESF, por exemplo, já completou 2107 inscrições”, afirmou. “O Brasil é um país muito grande por isso é difícil ter acesso a todos os trabalhadores. Mas, através da UNA-SUS, com a modalidade a distancia, basta ter internet que a especialização chega”, continuou.

Os interessados em ter acesso às produções científicas do Nescon podem acessar o https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/, ou adquirir alguns módulos impressos que estão sendo distribuídos no stand do Nescon, localizado na entrada do Congresso.

3º Congresso
A programação do 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG reúne sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”.

O Congresso vai até 5 de setembro, com atividades de 8h às 18h, diariamente, divididas em oito eixos temáticos. O Congresso conta ainda com programação cultural, com exibição de filmes, exposições, lançamento de livros e apresentações ao longo da programação.

A Secretaria executiva do 3º Congresso Nacional da Faculdade de Medicina da UFMG atende na sala Oswaldo Costa, 21, térreo da Unidade.

Acesse a programação completa.

Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.

Mais informações: 3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.br

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