OSUBH lança boletim com informações da covid-19 na capital

Informativo do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte visa análise dos dados de internações da cidade para compreender a dinâmica da epidemia e nortear ações de controle.


05 de junho de 2020


A equipe do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte (OSUBH) da Faculdade de Medicina da UFMG publicará, a partir desta sexta-feira, 5 de junho, o InfoCOVID-OSUBH. A série de informativos analisará o avanço da covid-19 no município de Belo Horizonte a partir das bases de dados enviadas pela Secretaria Municipal de Saúde. Tais dados listam todas as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) dos hospitais da rede pública e privada da cidade.

O InfoCOVID-OSUBH pretende analisar a dinâmica socioespacial intraurbana da doença, informando ações direcionadas ao manejo dos casos e contenção da epidemia. “Para o informe, consideramos apenas os moradores de Belo Horizonte internados nesses hospitais. Analisamos dados de casos suspeitos e confirmados de covid-19, excluindo os casos de SRAG confirmados por outros agentes etiológicos”, explica a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG e membro da equipe do OSUBH responsável pelo informativo, Aline Dayrell Ferreira Sales.

“Assim que o OSUBH recebe a base de dados, realizamos a conferência e consistência via georreferenciamento dos casos, identificando os bairros de residência das pessoas internadas”, detalha Aline Dayrell. Em seguida, a equipe do observatório, composta por epidemiologistas, estatísticos e geógrafos, realiza análises descritivas, gerando mapas com a distribuição espaço-temporal dos casos.

A primeira edição

Primeira edição do boletim está no ar. Clique para acessar.

“O primeiro informe faz uma descritiva geral dos principais dados da base de internações. Observamos que a dispersão da doença avança rapidamente entre os bairros do município, mas ainda parece ter maior concentração na região central”, explica a professora Aline Dayrell.

O informativo aponta também que as internações por SRAG causadas pela covid-19 tendem a ser as mais graves, com uma maior frequência de uso de suporte ventilatório, maior tempo de internação ─ incluindo em leitos de UTI ─, assim como apresentam maior letalidade. Os dados correspondem às internações ocorridas em Belo Horizonte até a 21ª semana epidemiológica de 2020.

Para ler a primeira edição do InfoCOVID-OSUBH na íntegra, clique aqui.

Próximos informes

Ainda de acordo com Aline, os próximos informativos terão um caráter mais analítico, procurando identificar os diferenciais intra urbanos que operam na dinâmica epidemiológica do município. “Esperamos, em breve, obter uma parceria de dados que possam refletir essa dinâmica para além dos casos graves hospitalizados, de forma a contribuir para o entendimento da situação fora do ambiente hospitalar, focalizando em grupos de risco específicos e na população geral”, detalha a professora.

O documento lembra que, considerando a dinamicidade da epidemia e as lacunas em seu conhecimento, a análise contínua e sistemática dos dados permite diagnosticar sua tendência, ainda que diante das limitações inerentes ao processo de notificação e qualificação da base de dados.

A intenção da equipe é que as próximas edições possam analisar os dados existentes sobre os casos de covid-19 em Belo Horizonte de maneira mais aprofundada, buscando compreender melhor a dinâmica da epidemia e nortear ações mais efetivas para seu controle.


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