Procedimentos estéticos nos olhos trazem riscos importantes à saúde

Nesta edição das Aspas Sonoras, especialista alerta para os riscos de alterações estéticas nos olhos


05 de abril de 2018


Nesta edição das Aspas Sonoras, especialista alerta para os riscos de alterações estéticas na região dos olhos

Josué Gomes*

Os olhos, órgãos responsáveis pelo sentido da visão, são revestidos por camadas de tecidos e o fato de o olho ser uma das partes mais sensíveis do corpo humano não impede que seja escolhido para procedimentos estéticos. Como alguns desses procedimentos não são testados de forma ampla nem são feitos por profissionais qualificados, a interferência em estruturas do globo ocular, como a íris, pode causar problemas de saúde.

Uma das alterações mais procuradas se refere à troca de cor da íris. O professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Daniel Vítor Santos, explica a constituição e como a cor da íris é definida na formação do corpo:

 

Olho com a cor da íris naturalmente verde. Foto meramente ilustrativa: Carol Morena

De acordo com Daniel Vítor, alguns tipos de corante podem ser utilizados em cirurgias oftalmológicas para evidenciar determinadas estruturas, mas eles são feitos com uma concentração mínima de pigmentos e precisam ser lavados com agilidade. No caso dessa tentativa de trocar a cor da íris, não há corantes seguros que possam ser mantidos dentro do olho. O professor chama a atenção para possíveis implantes de lentes coloridas:

 

Sobre a necessidade de alteração da cor do olho ou utilização de lentes de contato coloridas com fins não estéticos, o oftalmologista esclarece que existem casos que tornam necessário o uso desses materiais nas estruturas oculares, para que a visão do indivíduo seja melhorada:

 

Já em relação às motivações estéticas, além da troca de cor da íris, existe uma técnica de tatuagem conhecida como eye ball tattoo, que altera a parte branca do olho. Ela foi destaque do programa de quinta-feira da série “Tatuagens & Piercings”, produzida pelo Saúde com Ciência. O professor Daniel contraindica a realização do procedimento por trazer riscos diversos à saúde do órgão. Ele também alerta sobre as possíveis consequências de tatuar a pele das pálpebras, tida como a mais delicada do corpo:

 

A série “Tatuagens e Piercings” foi ao ar entre os dias 26 de fevereiro e 2 de março de 2018. Além das chamadas tatuagens perioculares, o programa abordou cuidados recomendados antes e depois de uma tatuagem na pele ou inserção de piercing e casos de remoção.

Aspas Sonoras

As “Aspas Sonoras”, produção do Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, ampliam a discussão sobre os temas abordados nas séries de rádio realizadas pelo Saúde com Ciência. As matérias apresentam áudios e textos inéditos do material apurado na produção das séries.

*Redação: Josué Gomes – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues