Professores debatem a formação de médicos


04 de setembro de 2014


Na tarde de 3 de setembro, o professor Ricardo Takahashi, pró-reitor de Graduação da UFMG, abriu a discussão abordando o tópico “Para quê serve uma universidade”. Ele traçou um histórico a partir das primeiras universidades, como a de Bolonha e Paris, para explicar como um ambiente, em que a racionalidade sistematizada se torna disponível e espaço com autonomia a fatores externos, se torna um local de “busca pela verdade”.

Pró-reitor de Graduação da UFMG,Ricardo Takahashi

Pró-reitor de Graduação da UFMG,Ricardo Takahashi

Takahashi salientou que a busca pelo conhecimento deve ser constante, e que o repertório atual de qualquer que seja a época será insuficiente, pois, “por mais que o conhecimento avance, o desconhecido é infinito”. Para exemplificar, o professor citou o episódio em que, durante 31 anos, a queda de uma ponte nos Estados Unidos não conseguiu ser explicada cientificamente.

Seguindo o pensamento de atualização constante, a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Eliane Dias Gontijo, apresentou as novas diretrizes curriculares para o curso de graduação em Medicina que foram aprovadas neste ano. Eliane comparou o período de tempo em que a proposta foi discutida em relação à última diretriz do ano de 2001. De acordo com ela, enquanto em 2001 foram mais de 3 anos de discussão, as diretrizes atuais demoraram de 6 a 8 meses até serem implementadas.

Professora Eliane Dias Gontijo

Professora Eliane Dias Gontijo

A professora indicou também que o “quem” e o “como queremos formar” foi um pensamento mantido, mas que o processo de avaliação e o compromisso de formação dos profissionais foram modificados, com ênfase na socialização do conhecimento, do pensamento científico crítico e do professor como um mediador.

Na terceira e última apresentação da mesa, a professora Cristina Gonçalves Alvim, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, apresentou o novo currículo da Faculdade de Medicina destacando os porquês da mudança. A professora explicou que as mudanças ocorreram pela necessidade de serem mais dinâmicas e atentas às demandas sociais.

Para a professora Cristina, o novo currículo marca o fim de um modelo fragmentado e a atenção primária tem maior importância, sendo parte do percurso desde o 2º até o 10º período. Além disso, a carga horária saltou de 7.200 horas para 8.115, nas quais, a maior parte do aumento ocorre em disciplinas que trabalham com ética, atenção primária e urgência, por exemplo.   A professora também destacou os desafios de integralidade e de não se “arremessar desordenadamente conteúdos” e “evitar o excesso e preservar o essencial”. Para complementar, a professora encerrou a fala destacando que “Uma escola que não considera as transformações se mostra ineficaz”.

A mesa “Formação de médicos no Brasil (graduação)” foi presidida pelo professor emérito da UFMG, Edward Tonelli, e mediada pelo professor do Departamento de Cirurgia Marco Antônio Gonçalves Rodrigues.

3º Congresso
A programação do 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG reúne sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”.

O Congresso vai até 5 de setembro, com atividades de 8h às 18h, diariamente, divididas em oito eixos temáticos. O Congresso conta ainda com programação cultural, com exibição de filmes, exposições, lançamento de livros e apresentações ao longo da programação.

A Secretaria executiva do 3º Congresso Nacional da Faculdade de Medicina da UFMG atende na sala Oswaldo Costa, 21, térreo da Unidade.

Acesse a programação completa.

Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.

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Mais informações: 3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.br

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