Projeto traz atualizações sobre vacinação de Dengue e Febre Amarela


08 de abril de 2025 - , , , ,


Foto: Arquivo / Faculdade de Medicina da UFMG

Projeto de Extensão “Vacinas: um ato de amor” da Faculdade de Medicina da UFMG, divulgou novos dados sobre a Dengue e sobre a Febre Amarela. O projeto tem o intuito de fornecer informações confiáveis e relevantes para a população sobre as vacinas e doenças preveníveis por meio da vacinação.

Dengue

A dengue é uma doença febril amplamente conhecida no país. É endêmica no território brasileiro, havendo registros de casos durante todo o ano, e configura-se como um problema de saúde pública, diante de seu potencial de evolução com gravidade. Minas Gerais é o segundo estado no Brasil com maior número de casos notificados de dengue. São 21.815 casos confirmados de dengue entre janeiro e março deste ano, com 13 óbitos confirmados.

Atualmente, no Brasil, há duas vacinas da Dengue disponíveis, Dengvaxia e QDenga. Ambas são vacinas atenuadas, com tecnologia de DNA recombinante e previnem a infecção contra os quatro sorotipos do vírus (DENV-1, DENV2, DENV-3, DENV-4). Entretanto, de acordo com o projeto essas vacinas apresentam eficácia variável, de acordo com o sorotipo viral, idade do indivíduo e status sorológicos no início do esquema vacinal.

A Qdenga utiliza como estrutura genética o próprio DENV-2 atenuado. Está disponível pelo SUS para pessoas de 10 a 14 anos. Essa faixa etária foi escolhida devido à alta incidência de dengue grave e de dengue com sinais de alarme neste grupo nos últimos 5 anos no Brasil. Além disso, a vacina apresentou alta eficácia geral contra hospitalização, sendo de 90,4% em 12 meses após a segunda dose. Por isso, a importância de se estimular a vacinação, já que ela é uma importante forma de prevenção da doença.

Confira os dados completos.

Febre Amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa com evolução súbita e gravidade variável, sendo conhecida por sua elevada mortalidade nas suas formas graves. No Brasil, um grande surto da doença ocorreu entre 2016 e 2018 com 2.155 casos de febre amarela confirmados e 745 óbitos.  Os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo foram os mais afetados. Essas áreas, antes consideradas não endêmicas, apresentavam uma baixa cobertura vacinal.

Atualmente no país (2024/2025) foram observados 8 casos confirmados em humanos. Destes, 4 casos evoluíram para óbito, sendo nenhum desses indivíduos vacinados, o que destaca a necessidade da otimização da cobertura vacinal, trazendo a temática em evidência.

A vacina que protege contra a doença é a principal estratégia de saúde pública para o seu combate. Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contém o vírus em sua forma atenuada e faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, sendo indicada para indivíduos a partir de 9 meses de idade.

O esquema contempla 2 doses para crianças até 4 anos, sendo a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos. A partir dos 5 anos, o PNI disponibiliza dose única. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda 2 doses nesse contexto, com intervalo de 10 anos, pois pode ocorrer perda de proteção com o tempo. Gestantes e puérperas, pessoas vivendo com HIV, indivíduos portadores de doenças autoimunes e/ou que estão em tratamento com imunossupressores, incluindo quimioterápicos, usualmente não podem receber a vacina.

Confira os dados completos.

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