QualiMed: diagnóstico apontará ações para melhoria da saúde mental


09 de abril de 2019


Estudo sobre saúde e qualidade de vida dos estudantes de Medicina da UFMG será apresentado durante seminário

Pesquisa que mapeia a qualidade de vida dos estudantes de graduação em Medicina da UFMG – a QualiMed – terá seus primeiros resultados divulgados no “Seminário de Pesquisa QualiMed: Condições de Saúde e Qualidade de Vida dos Estudantes de Medicina na UFMG”, em 8 e 9 de maio. A partir dos dados, será possível desenvolver ações para aprimorar e criar inciativas de apoio ao estudante e promoção da saúde mental no meio acadêmico.

Iniciada em 2018, a pesquisa coletou dados sociodemográficos para avaliação ampla do curso, como o ambiente, conteúdo, relação com colegas e professores. O estudo também levantou informações sobre violência, discriminação, morbidades físicas, prática de atividades físicas e consumo de substâncias psicoativas pelos estudantes. Além disso, foram usadas escalas para avaliar questões como ansiedade, depressão, burnout, empatia e apoio social aos estudantes.

“Penso que esse tipo de iniciativa reflete a preocupação com uma sociedade mais humana, da qual fazemos parte. Isso não somente para o curso de Medicina, mas também para outros cursos da área de saúde – seja da Faculdade ou do campus — e para o Hospital das Clínicas”, afirma o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, professor Humberto José Alves.

A professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade e subcoordenadora da pesquisa QualiMed, Adalgisa Ribeiro, conta que esses dados viabilizam indagar sobre o que acontece com o aluno depois que ele entra no curso. “Uma das hipóteses é a de que se o aluno recebe apoio social adequado, isso age como um fator protetor para aliviar algumas questões próprias do curso e da faixa etária”, explica.

Adalgisa revela que a adesão dos alunos à primeira fase da pesquisa foi satisfatória: 1.470 estudantes responderam ao questionário, o que equivale a 72% do corpo discente do curso, aproximadamente. De acordo com a professora, parte considerável desse êxito vem da estratégia de criar uma comissão de sensibilização, composta, em média, por dois alunos de cada período do curso. A comissão foi responsável por incentivar os colegas a participarem da pesquisa.

Diagnosticar para melhorar

De acordo com o diretor Humberto Alves, por um lado, os resultados poderão desvelar uma realidade um pouco dura. Por outro, a própria inciativa de realizar a pesquisa atesta a preocupação e empenho da Faculdade com o tema. “Não temos medo do resultado nesse sentido. A gente sabe que têm coisas pra serem melhoradas. Sempre têm. Essa pesquisa vai nos ajudar a, talvez, corrigir alguns rumos e, quanto mais informação a gente tiver, melhor a gente consegue direcionar as ações”, avalia.

Segundo o diretor, as ações futuras podem envolver desde a ampliação no atendimento da Escuta Acadêmica, até o fomento de outras atividades de acolhimento. “Ou, talvez, os resultados e o debate vão requerer outro tipo de ação que não está disponível nesse momento. Mas, para isso, a gente precisa conhecer esses resultados primeiro”, completa.

Ele conta que há iniciativas anteriores de pesquisas na Faculdade de Medicina sobre a qualidade de vida dos estudantes. No entanto, elas estão mais voltadas para serviços e apoio acadêmicos. “A equipe do QualiMed está de parabéns. É uma iniciativa muito importante e que se soma àquelas que já vêm sendo realizadas”, elogia. Entre exemplos de serviços de apoio aos alunos estão a Escuta Acadêmica, o Núcleo de Apoio Psicopedagógico aos Estudantes da Faculdade de Medicina (Napem) e o Núcleo de Educação em Saúde Coletiva (Nescon), além do Departamento de Saúde Mental.

Seminário de Pesquisa QualiMed

Estudantes de graduação e pós-graduação, professores, profissionais de saúde e demais interessados podem se inscrever até 5 de maio,  no site do evento. De acordo com a professora Adalgisa, a intenção é que o debate durante o Seminário aconteça com a participação de toda a comunidade e de pesquisadores convidados de outras instituições. “Isso vai ajudar a pensarmos estratégias juntos: saber o que outras pessoas podem trazer de experiência, como outras instituições estão lidando com as questões levantadas. E pensar o que temos de êxito: por exemplo, os coletivos que os alunos participam e que ajudam muito, pelo que percebemos”, conclui.

Além da apresentação da pesquisa, a programação do evento conta com seis oficinas para troca de experiências sobre temas como gestão do tempo e técnicas de estudo, comunicação de más notícias e como agir em momentos de crise. As inscrições para as oficinas e para o seminário são separadas.

Para saber mais sobre as inscrições, leia também: Seminário de Pesquisa QualiMed está com inscrições abertas