Registro Nacional do Câncer permite conhecer a doença para combatê-la

Preenchimento correto dos prontuários gera dados sobre a doença e permite apontamentos de políticas públicas


06 de dezembro de 2018


Preenchimento correto dos prontuários é importante para gerar dados sobre a doença e permite apontamentos de políticas públicas e novos estudos

*Carol Prado

Arte: CCS

O Registro Nacional de Câncer faz parte de uma estratégia do Ministério da Saúde para melhorar a atenção oncológica. A partir da portaria N° 741, de 19 de dezembro de 2005, foram instaurados dois sistemas de registro nacionais para o câncer: o Registro de Câncer de Base Populacional (RBCP) e o Registro Hospitalar de Câncer (RHC).

O RBCP coleta dados de uma população com diagnóstico de câncer de uma região, enquanto o RCH coleta dados de todos os pacientes atendidos em determinado hospital com suspeita ou confirmação da doença. Os dados são encaminhados ao Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde, que produz as estatísticas.

A professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora do projeto de extensão Registro Nacional do Câncer, Maria Aparecia Martins, o que representa o registro:

É importante que os fatos sejam conhecidos não só pela comunidade acadêmica, mas também pela população em geral e pelo poder público. Já que, a partir desses dados, podem ser pensadas ações de atenção oncológica, como o caso do Outubro Rosa e o Novembro Azul, que alertam para a prevenção dos cânceres de mama e de próstata, respectivamente. No Hospital das Clínicas da UFMG, o Registro Hospitalar de Câncer começou a ser utilizado em janeiro de 2006. Maria Aparecida explica o que o registro representa uma forma de criação de armas contra a doença:

O preenchimento correto dos prontuários médicos é fundamental, já que eles são a principal fonte de informação para os Registros Nacionais de Câncer. A ocupação do paciente, histórico familiar e maus hábitos, como tabagismo e alcoolismo, são citados pela professora como informações relevantes no quadro da doença:

Maria Aparecida coordena o projeto de extensão “Registro Hospitalar de Câncer: uma estratégia na atenção oncológica”. A professora conta que, além dos alunos participarem vigilância da doença, acompanhando pacientes e preenchendo formulários da forma correta, eles também participam de atividades junto à comunidade.

A professora enfatiza que, para se combater uma doença, é preciso conhecê-la. A pesquisa acadêmica e a sistematização de dados sobre o câncer são pertinentes para se pensar em fatores de risco, epidemiologia e genética que por sua vez permitirão considerar novas estratégias de prevenção e formas de tratamento do câncer.

O acesso aos dados Registro Nacional do Câncer são de domínio público e podem ser acessados através do portal do INCA. Outras questões sobre o câncer, como o que causa, formas de prevenção e novas formas de tratamento foram destaque da série “Desmistificando o câncer”. A série, produzida pelo programa de rádio Saúde com Ciência, foi ao ar entre os dias 26 a 30 de novembro deste ano.

Aspas Sonoras

As “Aspas Sonoras”, produção do Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG, ampliam a discussão sobre os temas abordados nas séries de rádio realizadas pelo Saúde com Ciência. As matérias apresentam áudios e textos inéditos do material apurado na produção das séries.

 

*Redação: Carol Prado – estagiária de Jornalismo

Edição: Maria Dulce Miranda