Relação entre jovem infrator e agente socioeducativo em debate


04 de setembro de 2014


Congressistas acompanham a mesa-redonda do Eixo 4.

Congressistas acompanham a mesa-redonda do Eixo 4.

Presidida pelo professor Emérito da UFMG, Roberto Assis Ferreira, a mesa-redonda “Adolescência, transgressão e medidas socioeducativas: a perspectiva dos jovens, dos técnicos e dos agentes socioeducativos”, na tarde dessa quinta-feira, 4, teve seu tema desenvolvido pela escolha de três pesquisas que se interligam e que utilizaram a conversação analítica dos casos.

A primeira pesquisa visava entender como o profissional de Saúde lida com o adolescente em medida socioeducativa. Muitos profissionais alegaram não ter qualificação para atender ao jovem e, para a autora da pesquisa, a psicóloga do Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente da UFMG (Observaped), Cristina Campolina Vilas Boas, “existem muitas lacunas no investimento financeiro e de políticas públicas nesse campo”.

O estudo da psicanalista e professora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG, Andréa Guerra, ressaltou a percepção desse jovem infrator, com idade entre 16 e 17 anos, em relação às medidas socioeducativas.

No trabalho com agentes de segurança socioeducativos da professora da Faculdade de Educação da UFMG, Ana Lydia Santiago, os profissionais relataram o clima de desordem e conflito que presenciam nas instituições em que trabalham. Um dos problemas percebidos foi a dificuldade em lidar com a sexualidade dos adolescentes.

Quando questionados sobre os medos, os agentes socioeducativos, em reflexão sobre a profissão, afirmaram que temem pelas consequências das ações. Como exemplo, disseram que se não agirem numa rebelião, serão considerados omissos, ao passo que se reagirem podem ser punidos.

“O prisioneiro, portanto, nem sempre é o jovem infrator”, analisou o psiquiatra e psicanalista de Bordeaux, França, e membro da Associação Mundial de Psicanálise, Philippe Lacadée, convidado da mesa.

A moderadora da mesa, Cristiane de Freitas Cunha.

A moderadora da mesa, Cristiane de Freitas Cunha.

A mesa foi moderada pela professora da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenadora do eixo “A criança, o adolescente, a violência” do Observatório da Saúde da Criança e do Adolescente (Observaped), Cristiane de Freitas Cunha.

3º Congresso
A programação do 3º Congresso Nacional da Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG reúne sete conferências, mais de 10 palestras e 40 mesas-redondas em torno do tema “Cenários da Saúde na Contemporaneidade”.

O Congresso vai até 5 de setembro, com atividades de 8h às 18h, diariamente, divididas em oito eixos temáticos. O Congresso conta ainda com programação cultural, com exibição de filmes, exposições, lançamento de livros e apresentações ao longo da programação.

A Secretaria executiva do 3º Congresso Nacional da Faculdade de Medicina da UFMG atende na sala Oswaldo Costa, 21, térreo da Unidade.

Acesse a programação completa.

Acesse a página eletrônica do 3º Congresso Nacional de Saúde.

Mais informações: 3409 9105 ou 3409 8055, ou ainda pelo e-mail 3congresso@medicina.ufmg.brassinaturas_horizontal_noticia