Respire fundo e boa viagem!
18 de julho de 2013
*Notícia publicada no Saúde Informa
Medidas simples podem ajudar a amenizar desconfortos típicos dos traslados
Viajar de carro, ônibus, navio ou avião. Qualquer que seja a opção, para algumas pessoas, a viagem pode vir acompanhada de alguns desconfortos, como enjoos, dores no corpo e sensação de “ouvido tampado”.
Nas viagens de longa distância, o cuidado com a postura é fundamental. Normalmente, a posição sentada sobrecarrega o joelho e outras articulações, além de comprometer a circulação. “Se o ônibus ou avião tiverem encosto para pés, o objeto deve ser usado. Assim, é possível aliviar a pressão na patela, a rótula do joelho”, ensina o professor do Departamento de Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marco Antônio Percope de Andrade.
Outro cuidado importante é com a coluna. Para amenizar as dores lombares ocasionadas pelo longo período de imobilização, o nível dos joelhos deve estar um pouco abaixo do quadril. “Medidas como ajustar o banco para manter uma postura relaxada e fazer alguns alongamentos também são importantes para evitar esse tipo de dor”, ressalta o professor.
No caso de viagens em ônibus e carros, paradas a cada duas horas são essenciais. Alguns exercícios podem amenizar os desconfortos, como movimentos circulares com o pescoço,para os dois lados, com baixa intensidade. “Ficar na ponta dos pés por alguns instantes, repetidas vezes,e alongar braços e pernas são outros movimentos importantes”, ensina.
Já nos aviões, o especialista recomenda levantar-se e andar um pouco, para ativar a circulação e reduzir as pressões nas articulações. O uso do travesseiro ou de algum suporte de pescoço,posicionado na altura da nuca, também ajuda a proteger a coluna cervical. “Assim é possível evitar possíveis dores ou torcicolos”, recomenda.
Ouvidos
Outra situação comum, em altitudes elevadas, é a alteração da pressão externa, acompanhada da sensação de perda na audição. A professora do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Denise Utsch Gonçalves, ressalta que, para aliviar esta sensação, é necessário que as pressões atmosféricas externa e interna se equilibrem. “Isso se consegue engolindo repetidamente, uma deglutição efetiva, ou bocejando”, indica. No caso de bebês ou crianças pequenas, é aconselhável amamentar ou oferecer a chupeta um pouco antes do pouso, o que também ajuda a reduzir essa pressão.
As viagens aéreas podem agravar também a obstrução nasal. “Para quem está constipado, é aconselhável o uso de um descongestionante algumas horas antes do voo”, recomenda.
Enjoos
Para alguns viajantes, bastam poucos quilômetros dentro de um carro, avião, ônibus ou trem para sentir enjoos, também são muitos frequentes nas viagens de navio.
De acordo com o gastroenterologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Ricardo Pereira Mendes, os enjoos são originados por um desequilíbrio entre as informações que olhos e labirinto – o ouvido interno – captam. “Enquanto os olhos enxergam um movimento, o labirinto, responsável pelo equilíbrio do corpo, percebe outro. O resultado é um desequilíbrio dessas funções, que causa sintomas como enjoos, tonturas e dores de cabeça”, explica.
Certos costumes, como leitura no carro em movimento, podem confundir o sistema nervoso sobre os dados recebidos pelos olhos, ocasionando o mal-estar. Segundo Ricardo Mendes, outro fator que pode provocar o enjoo é a ansiedade. “Mesmo o avião sendo mais estável, as pessoas sentem enjoos por ficarem ansiosas”, exemplifica.
Algumas dicas podem ajudar: sentar-se no banco da frente para acompanhar melhor o movimento do veículo; evitar leituras e jogos durante a viagem; fugir de situações de estresse nos trajetos longos e evitar bebidas alcoólicas, que causam alteração no labirinto. Em relação aos medicamentos, o professor ressalta que é preciso ter cuidado, mesmo que não haja necessidade de prescrição médica. “Deve-se ficar atento à dosagem correta.
É preciso lembrar, também, que alguns causam sonolência e não devem ser ingeridos pelo motorista”, alerta.