Tratamentos alternativos podem ser usados em quadros graves de depressão

Especialista convidado do Saúde com Ciência cita outros métodos para auxiliar no tratamento do transtorno


05 de setembro de 2022 - ,


A depressão afeta cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com os avanços nas pesquisas ao longo do tempo, os pacientes passaram a ter diversas possibilidades de tratamento, principalmente nos quadros moderados e graves.

As opções mais conhecidas são as psicoterapias e os antidepressivos. Apesar de ainda ter tabus sobre eles, são métodos eficazes e muito utilizados para auxiliar os pacientes nesse processo. Os antidepressivos, por exemplo, foram descobertos há mais de seis décadas. Entretanto, mesmo considerados antigos, eles são eficientes, como afirma o professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG, Rodrigo Nicolato, convidado do Saúde com Ciência desta semana.

“Nós temos um padrão de antidepressivos antigos que são muito eficientes para quadros moderados e graves […]. Em 1960, nós tínhamos dois, três, quatro antidepressivos. Hoje, nós temos 40, e tantas opções”, diz o especialista.

Métodos alternativos

Por outro lado, alguns pacientes não respondem aos tratamentos mais comuns e, neste caso, são recomendadas opções alternativas. Entre elas, a eletroconvulsoterapia pode ser utilizada. O professor explica que, por muito tempo, esse tipo de terapia biológica que utiliza estímulos elétricos foi vista como algo ruim pela forma como era abordada.  

“É antiga, mas o aparelho é moderno, é sempre com anestesia geral. Infelizmente, ficou com um tabu muito ruim pela abordagem em filmes”, explica o especialista. Ainda de acordo com o professor, o método é caro e, por isso, ainda não é acessível para toda a população.

Outra opção para os quadros mais graves é a escetamina, um medicamento vindo de um sedativo, o qual possui atuação eficaz em pacientes com depressão. Ela foi o primeiro spray nasal utilizado para o tratamento do transtorno, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2020.

Além disso, a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é outro método que pode ser utilizado. Ele é considerado não invasivo e indolor, e também auxilia os pacientes na melhora do transtorno. Ainda de acordo com Rodrigo Nicolato, outras pesquisas ainda estão sendo desenvolvidas para tratar esses pacientes com quadros mais graves e que não respondem aos tratamentos.

“Nós temos esperanças e estamos vendo pacientes com mais leques de opções”, conclui o professor

Saúde com Ciência

O programa de rádio Saúde com Ciência desta semana aborda a depressão, os fatores de risco e os variados tipos de tratamentos existentes para os pacientes.

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.