UFMG participa de estudo pioneiro sobre doenças crônicas


01 de junho de 2007


A Universidade Federal de Minas Gerais será a responsável, em Minas Gerais, pela maior pesquisa latino-americana sobre o desenvolvimento de doenças crônicas: o Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto, ou Elsa Brasil. O lançamento do projeto no Estado aconteceu na Faculdade de Medicina da UFMG, na quinta-feira, 30 de maio.

O Elsa prevê o acompanhamento de um total de 15 mil servidores das instituições envolvidas, por no mínimo dez anos (por isso, estudo longitudinal ou de coorte). Somente na UFMG espera-se acompanhar cerca de 3 mil servidores. Serão realizadas, periodicamente, entrevistas, aferição da pressão arterial e avaliação antropométrica, além de eletrocardiograma, exames laboratoriais e de imagem em todos os participantes.

As informações obtidas permitirão identificar, ao longo do tempo, fatores que possam prever a ocorrência de doenças cardiovasculares e diabetes na população brasileira, tais como aspectos da vida cotidiana ou marcadores biológicos que contribuam para seu surgimento.

Segundo a coordenadora do Elsa em Minas Gerais, Sandhi Barreto, professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG (MPS), o projeto representa uma ousadia em termos de mudança de direção em investimento em pesquisas de longo prazo. “Esperamos que essa nova visão de investimento abra fronteiras para novas pesquisas”, afirmou.

Parcerias de sucesso
O Elsa Brasil conta com equipe de cerca de 40 pesquisadores nacionais. Além da UFMG, seis instituições de ensino e pesquisa do país integram o consórcio: Fiocruz, UERJ, UFBA, UFES, UFRGS e USP. O estudo é financiado pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde (MS) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).

No lançamento, o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, professor Francisco Penna, afirmou ser uma honra, para a Medicina e para a UFMG, a participação no estudo. A diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit – MS), Suzanne Serruya, destacou a importância do Elsa ao unir as instituições com um mesmo objetivo. “A realização de grandes projetos como o Elsa faz a diferença na produção do conhecimento no país”, comentou. O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério (SGETS – MS), professor Francisco Campos, do Departamento de Medicina Preventiva e Social da UFMG, destacou a importância da união de órgãos públicos e universidades: “Precisamos da academia como parceira para construir a gestão do sistema de saúde”, afirmou Campos.

Compuseram a mesa, ainda, o secretário de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio Magalhães, Sandra Almeida Carvalho (Finep – MCT), a diretora do Hospital das Clínicas da UFMG, Tânia Mara, e a vice-diretora da Escola de Enfermagem da Universidade, Andréa Gazzinelli.

Ciência e cultura
O lançamento do Elsa contou com duas palestras, uma abordando a ciência, outra a cultura. Moysés Szklo, professor do Departamento de Epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins (JHU) e consultor do Elsa, apresentou a conferência “Prevenção de doenças cardiovasculares: Importância de Estudos de Coorte”, que mostrou a metodologia e apresentou trabalhos já realizados, como o Aric (Atherosclerosis Risk in Communities Study), sobre doenças cardiovasculares. Segundo Szklo, dois pesquisadores que participaram do Aric estão envolvidos na realização do Elsa.

Em um segundo momento, o professor Luiz Otávio Savassi, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, falou sobre o ex-aluno da Faculdade, médico e escritor Guimarães Rosa. Savassi é um dos maiores estudiosos da obra e da vida do autor,. Dividiu com o público histórias sobre a vida de Rosa enquanto estudante e médico, além de cometar a obra do gênio da literatura brasileira.

Saiba mais sobre o Elsa.

Redação: Mariana Pires – estudante de Jornalismo
Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG
(31) 3248 9651 – divulga@medicina.ufmg.br