Uso excessivo e recorrente de produtos químicos pode comprometer saúde capilar

Médica dermatologista fala sobre o uso de substâncias químicas nos cabelos


27 de agosto de 2018


Médica dermatologista fala sobre o uso de substâncias químicas nos cabelos. Nova série do Saúde com Ciência é dedicada à saúde capilar

Marcos Paulo Rodrigues*

Alisamentos, tinturas, descolorações… Esses e outros procedimentos, que prometem alterar as características dos fios de cabelo, envolvem produtos químicos e também podem comprometê-los. Caso sejam realizados de forma recorrente e incorreta, os cabelos podem se tornar mais suscetíveis a ressecamentos, quebras e quedas. Para preservar a integridade dos fios, couro cabeludo e a própria autoestima, alguns cuidados devem ser observados antes ou depois de aplicar as fórmulas químicas.

É o que propõe a dermatologista graduada na Faculdade de Medicina, Thaissa Coelho, que trabalha no Ambulatório de Tricologia e Doenças do Couro Cabeludo do Hospital das Clínicas da UFMG. Thaissa afirma que químicas, como as escovas que contêm formol ou as substâncias para descolorir os fios, podem causar danos à haste e prejudicar a aparência do cabelo. “Danos muito extremos são menos comuns de se ver, mas, em geral, deve-se ter muito cuidado no uso dessas químicas”, pontua.

A interrupção do crescimento de fios capilares está entre as principais reclamações de quem adota constantemente esse tipo de procedimento estético. A dermatologista reforça que as químicas, em geral, podem causar a quebra da haste do cabelo. “A gente tem pacientes que o cabelo às vezes não cresce, pacientes que fazem alisamentos e usam materiais como pranchas ou secadores muito quentes, e que podem causar danos à haste e levar à quebra desse fio. Às vezes, o paciente reclama que o cabelo não cresce, mas ele está quebrando em sua extremidade distal, na ponta”, resume. Segundo Thaissa, após essa queixa, é comum encontrar nos exames quebras e bolhas nos fios capilares. Nesses casos, deve-se evitar a reexposição ao dano, hidratando o cabelo frequentemente e protegendo o que ainda vai nascer.

Foto: Carol Prado

Apesar das situações que podem surgir pela realização incorreta desses procedimentos, é possível uma utilização saudável de substâncias químicas para os cabelos. Há produtos com concentrações menores dessas substâncias e qualidades menos danosas, sendo mais seguros para o uso. Mesmo assim, Thaissa Coelho afirma que essa utilização deve ser bem orientada. Ela recomenda consultar o especialista responsável pelo procedimento, buscar o que é menos lesivo ou comparar as opções oferecidas, podendo até realizar avaliações para conhecer melhor cada produto. “Essas químicas que são teoricamente mais leves, por exemplo, às vezes não atingem o mesmo resultado ou apresenta uma característica diferente no resultado final. Mas, pesando na balança a relação ‘danos x benefícios’, muitas vezes vale a pena optar por um produto mais seguro”, pondera a dermatologista.

Mulheres gestantes

O uso de químicas para os cabelos entre mulheres grávidas deve ser inicialmente evitado, já que não existem estudos de segurança dessas substâncias nessa população. A atenção deve ser redobrada nos primeiros três meses de gestação. Antes da realização de qualquer procedimento similar, o ideal é abordar o assunto com o médico obstetra.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Marcos Paulo Rodrigues – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues