Vacina Calixcoca foi pauta de audiência realizada pela Assembleia Legislativa

Em desenvolvimento pelo NAVes, pesquisa foi debatida por autoridades na audiência da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG


17 de agosto de 2023 - , , , ,


Foto: Guilherme Bergamin/ALMG

A vacina terapêutica Calixcoca, em desenvolvimento pelo Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (NAVeS) da Faculdade de Medicina da UFMG, foi pauta da audiência na Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira, 16 de agosto.

Já testada em animais, o composto necessita de recursos para a realização das fases posteriores de testes em humanos e, assim, ser usado no tratamento de dependentes de crack e cocaína. Com a participação de diversas autoridades, a audiência discutiu a importância da pesquisa para o estado e para o país, principalmente em relação à saúde pública.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa da UFMG, Fernando Reis, além de ser um programa de pesquisa de longa data em desenvolvimento, a vacina traz inovação e pioneirismo, que já chamou a atenção de autoridades de outros países. “Essa é uma vacina que visa auxiliar no tratamento da dependência de cocaína e substâncias similares, com um grau de inovação imenso”, completa.

Para a deputada estadual, Beatriz Cerqueira, que solicitou a audiência, a Comissão tem se dedicado à valorização da pesquisa em Minas Gerais e no Brasil, principalmente após os cortes dos últimos anos. “A pauta da ciência e da pesquisa é uma pauta que nos guia”, pontua.

A vice-diretora da Faculdade de Medicina da UFMG, Cristina Alvim, esteve presente e argumentou que a pesquisa necessita desse investimento para sua estruturação a longo prazo.

Professor Frederico Garcia durante a audiência da ALMG.
Foto: Guilherme Bergamini/ALMG

“A função dela não seria prevenir, mas curar. Essa vacina tem um objetivo muito claro, que é ser usada nos maiores centros de tratamento do mundo, buscando que as pessoas com dependência química tenham uma vida saudável e em boas condições”, afirma o pesquisador Frederico Garcia.

O professor ainda ressaltou que a vacina nasceu de uma necessidade clínica e uma situação social, após o Ministério Público sugerir que os bebês das usuárias de drogas deveriam ser retirados de suas mães logo após o parto.

Uma pesquisa multidisciplinar

A Diretora da Faculdade de Farmácia da UFMG, Leiliane Coelho, pontuou a importância da construção de uma pesquisa multidisciplinar dentro da Universidade. Também participou da reunião o chefe do Departamento de Química do Instituto de Ciências Exatas (ICEx), Luiz Cláudio Barbosa, que afirmou que essa pesquisa é realmente inovadora, principalmente por contar com pessoas capacitadas e de diversas áreas de estudo.

Já o vice-presidente da Associação Médica de Minas Gerais, Gabriel de Almeida, parabenizou os envolvidos na pesquisa da vacina e falou também sobre a importância de se investir no estudo para que ele avance dos testes laboratoriais. Além disso, pontuou os problemas causados pela dependência química quando não tratada de forma correta.

“A OMS define a dependência química como uma doença crônica, progressiva, ou seja, que piora com o passar do tempo e que deve ser tratada, podendo ocasionar outros problemas, inclusive a morte”, completa Gabriel.

Por fim, a audiência foi aberta para debates entre os demais participantes, que tiveram a chance de trazer seus pontos de vista para os componentes da mesa.

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