Vale tudo para emagrecer?


11 de julho de 2013


Loucuras feitas para conseguir perda de peso instantânea têm atingido extremos. Se antes as restrições alimentares se limitavam aos carboidratos e gorduras, agora chegam ao jejum completo e até mesmo à ingestão de soro no lugar das refeições.

Para a nutróloga e professora do Departamento da Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Maria Isabel Correia, essas dietas que prometem ser “milagrosas” são uma busca de resultados imediatos para problemas crônicos. “As pessoas devem se analisar e se perguntar o porquê desse imediatismo”, recomenda.

Maria Isabel explica que emagrecer ou engordar é uma questão de saldo na balança. Uma pessoa que faz jejum por até dez dias, por exemplo, terá um saldo negativo, e, obviamente, irá perder peso.

No entanto, as perdas ocorrem também no organismo. A perda de peso, neste caso, não significa necessariamente perda de gordura. Muitas vezes, o corpo está eliminando água e massa muscular, o que é prejudicial à saúde.

À primeira vista, a dieta pode parecer sedutora e funcionar por uma semana, mas o ganho de peso é rápido depois do período do jejum. Se não houver uma mudança do hábito real, não funciona em longo prazo. “A pergunta que eu sempre faço é: por quanto tempo?”, questiona Maria Isabel.

Jejum

Os defensores do jejum, dentre eles até mesmo alguns nutricionistas, acreditam que a prática acelera o metabolismo, contrariando totalmente a recomendação consensual entre os especialistas de uma refeição a cada três horas.

Durante o jejum, os adeptos costumam substituir as refeições por cápsulas de vitaminas e xaropes, mas que não repõem, por exemplo, os carboidratos, o que pode gerar efeitos colaterais, como perda de memória e falta de energia.

Os danos que a dieta pode causar ao organismo variam do tempo de duração e do estado inicial do organismo. Em pessoas com problemas de saúde como o diabetes, comum em pessoas obesas, uma dieta restritiva pode ser fatal. Restrições radicais podem levar a quadros de anemia, desidratação e, em casos extremos, até mesmo à anorexia, distúrbio alimentar que pode levar à morte.

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