Violência contra as mulheres pode impactar além do físico
Pesquisa revela que a violência pode trazer diversos impactos psicológicos como ansiedade, depressão e uso abusivo de drogas entre as mulheres
10 de fevereiro de 2025
Além de ter uma alta taxa de mortalidade feminina no país, a violência contra as mulheres também pode gerar outros agravos. As consequências, geradas por essa violência, podem se manifestar como prejuízos na saúde física, mental e sexual. De acordo com a pesquisa, realizada pela doutora Nádia de Machado Vasconcelos para o Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública, mulheres que convivem cronicamente com a violência estão em maior risco de desenvolver problemas de saúde como a cefaleia, dores abdominal e lombar, distúrbios do sono, fibromialgia e síndrome do intestino irritável.
“Existem também algumas outras consequências que vão além da saúde, como perdas de emprego, faltar muito ao serviço. Quando a gente fala de pessoas mais jovens, faltar às aulas, um baixo desempenho escolar, tudo isso está relacionado à violência, que são as consequências que ela traz. Para além das consequências da pessoa, a violência também pode trazer consequências no social’, informa.
Gênero e violência: qual a relação?
“A gente sabe que a violência é uma forma de demonstração de poder, então ela acontece quando existe uma hierarquização e a pessoa que está no topo da hierarquia tenta dominar uma pessoa que ela considera abaixo. Isso fala muito em relação ao gênero dentro da nossa sociedade, porque existem pessoas que são hierarquizadas como mulheres, o que torna os homens o topo da nossa sociedade, os homens brancos principalmente”, apresenta a pesquisadora.
Maior índice de agressões acontece no ambiente familiar
A pesquisa realizada por Nádia, revela que um aspecto crucial da violência contra as mulheres é que ela acontece, em sua maior parte, nos ambientes doméstico e intrafamiliar, no qual os principais agressores são pessoas próximas, como é o caso dos parceiros íntimos.
Dados utilizados na pesquisa mostram que, globalmente, 26% das mulheres com 15 anos ou mais relataram ter sofrido violência por parceiro íntimo ao longo da vida, enquanto 10% dessas mulheres relataram essa violência nos últimos 12 meses. Já no país, um estudo anterior mostrou que 37,5% de mulheres vítimas de violência atendidas no setor saúde tinham como agressor um parceiro íntimo e 25,4%, um familiar. Além disso, 63,5% das violências ocorreram na residência da vítima.
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