Voz saudável em todas as idades


21 de agosto de 2013


LETICIA

Letícia Caldas foi a convidada desta edição do Quarta da Saúde

Pensar na voz é pensar em todas as suas dimensões: social, profissional e psicológica. Em torno da abrangência deste tema, a professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Letícia Caldas Teixeira, proferiu palestra como a convidada de hoje do projeto Quarta da Saúde, que acontece mensalmente, gratuito e aberto ao público.

Voz boa, para a professora, é aquela voz que as pessoas conseguem entender.  “Uma voz chamada ‘normal’ deve ter inteligibilidade, uma característica acústica agradável, preencher as demandas profissionais e sociais, além de, sobretudo, ser confortável para quem fala”, enumera.

Letícia explicou de forma didática, aos presentes, a origem da voz: quando o ar vibra pelas cordas vocais produzindo o som. “Para ter uma boa voz é necessário que haja harmonia nesse percurso do ar”, contou.

A disfonia, que acontece quando há alguma alteração na produção da voz, afeta a comunicação e impede a transmissão da mensagem. “São várias as causas do distúrbio. A disfonia pode acontecer por fatores emocionais, consequências de condições de saúde, comportamentos inadequados com a voz, lesões na laringe e até distúrbios neuromusculares”, conta Letícia.

Segundo a fonoaudióloga, é fundamental ficar atento aos sinais de que pode haver algo errado com a voz. “Uma rouquidão, por exemplo, pode durar de 15 a 20 dias. Mais do que isso não é normal”, alerta. Sensação de cansaço ou esforço para falar, necessidade de raspar a garganta constantemente, engasgar muito durante a alimentação e perceber a voz sumindo ou falhando são outros sintomas que merecem atenção. “Nesses casos, é recomendável que a pessoa procure um otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo”, orienta Letícia.

Cuide da sua voz

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Sob orientação da fonoaudióloga, presentes fazem exercícios para a voz.

“A voz deve ser cuidada durante todos os ciclos da vida, do bebê ao idoso”, afirma Letícia. O principal vilão que ela aponta é o cigarro. “O fumo é muito prejudicial. E o Brasil é um dos países com maior incidência do câncer de laringe, diretamente relacionado ao tabagismo e ao álcool”, alerta a professora. De acordo com a especialista, a ingestão de bebidas alcoólicas também deve ser evitada.

Beber dois litros de água por dia é outra recomendação. “A água, ao contrário do que muitos pensam, não serve para ‘molhar’ a garganta. Ela hidrata o corpo e, consequentemente, as pregas vocais”, esclarece.

Dentre outros cuidados, Letícia destacou a boa alimentação, para evitar problemas gástricos que também interferem na voz, a fala devagar e com boa dicção, para facilitar a compreensão da mensagem e evitar esforço, e a visita ao fonoaudiólogo, que pode recomendar exercícios vocais especialmente aos profissionais da voz, que trabalham com comunicação, dando aulas ou falando muito ao telefone.

A apresentação da professora Letícia Teixeira será disponibilizada na página do Quarta da Saúde.

Próxima edição
“A música como terapia” será o tema da próxima edição do projeto, que aborda temas da saúde de forma ampla e com linguagem acessível ao público em geral. Renato Sampaio, professor do Departamento de Instrumentos e Canto da Escola de Música da UFMG será o convidado.

O mestre em  musicoterapia apresentará a palestra no dia 18 de setembro, às 12h30, na sala 150 da Faculdade de Medicina da UFMG. O Quarta da Saúde é uma iniciativa do Centro de Extensão (Cenex-MED) e da Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Faculdade de Medicina da UFMG.