Salto contra o esporão


09 de janeiro de 2012


Inflamação na planta dos pés causa dor intensa

Daqui a algumas décadas, mulheres que hoje agradecem pela ascensão da moda das sapatilhas baixas, poderão se arrepender por terem deixado de lado o uso do salto alto. Ficar com os pés na altura do chão durante todo o dia diminui o cansaço físico, mas, em compensação, pode ser um dos responsáveis por provocar um problema de saúde popularmente conhecido como esporão.

A fasceíte plantar, ou fascite plantar, é uma inflamação na estrutura que fica na parte traseira dos pés. “Essa inflamação gera uma calcificação na planta dos pés. Pela radiografia, é possível ver uma saliência pontiaguda”, explica o ortopedista e professor do departamento do Aparelho Locomotor da Faculdade de Medicina da UFMG, Lúcio Honório de Carvalho Júnior.

O problema é mais comum em mulheres, principalmente a partir da terceira ou quarta década de vida. “A pessoa começa a sentir muita dor, principalmente na primeira vez que pisa no chão no dia. Com o passar das horas, essa sensação vai melhorando”, aponta o profissional.

Pode ser difícil de acreditar, mas nesse caso, o salto alto não é o vilão da história. Pelo contrário. Num tamanho adequado, entre dois e quatro centímetros aproximadamente, pode evitar o surgimento do esporão. “Pessoas que passam muitas horas do dia em pé, usando sapatos muito baixos e duros, têm mais chances de desenvolver fasceíte plantar”, analisa. Segundo ele, o ideal, além de um salto de pequena altura, é usar também palmilhas para o calcanhar e sapatos com o solado mais macio. “Os calçados devem transferir a pressão para a parte da frente dos pés”, explica Lúcio de Carvalho Júnior.

Sintoma e tratamento

A dor intensa, causada pela inflamação, é o principal sintoma e a queixa mais comum entre pessoas com fasceíte plantar. “É bastante forte, uma dor incapacitante. Costuma-se mancar por isso”, explica o ortopedista.

Para aliviar o problema, o tratamento consiste, principalmente, numa mudança de hábitos, com a adoção dos sapatos e outras estruturas adequadas, além de alongamento. “O ortopedista faz o diagnóstico, e um fisioterapeuta é o profissional que poderá indicar os exercícios para cada caso”.

Em situações mais graves, poderá ser indicada a aplicação local de medicamentos,  chamada infiltração, ou ainda uma cirurgia.