Ações antes de dormir e escolhas no ambiente para melhora do sono

Especialistas dão dicas para “pegar no sono”. Essas recomendações e distúrbios do sono são assuntos da nova série de rádio


13 de julho de 2018


Especialistas dão dicas para “pegar no sono”. Essas recomendações e distúrbios associados ao sono são assuntos da nova série de rádio

Marcos Paulo Rodrigues*

Passou a noite em claro sem conseguir “pegar no sono”, mas precisa levantar cedo para ir à escola ou ao trabalho? Cansaço, mau humor, desatenção e ansiedade são possíveis sintomas dessa noite mal dormida, mas nada está perdido. Criar hábitos antes de ir dormir, como tomar um banho morno e se desconectar de aparelhos que emitem luminosidade, além de escolhas no ambiente, podem trazer resultados efetivos para uma boa noite de sono.

Existem pessoas que dormem facilmente mesmo em situações adversas, seja logo após se deitarem ou em um carro em movimento. Já outras podem demorar horas até alcançarem esse sono. Estímulos do ambiente e das rotinas diárias, em geral, trazem dificuldades a esse momento, de modo que é recomendável a criação de hábitos que ajudem a se desligar da agitação do dia e se preparar para o início do sono. “Seja tomar um banho, morno ou quente, ir desligando as atividades que nos deixam alertas, como as redes sociais. Você vai evitar por uma hora, até duas. Algumas pessoas ficam muito agitadas com as redes sociais, então a pessoa teria de diminuir, se afastar um pouco dessas redes antes de dormir”, exemplifica o neurologista, médico do sono e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Rogério Beato.

Além de ações que não lembrem o indivíduo das suas preocupações cotidianas, também é indicado que a pessoa faça refeições mais leves à noite: a janta pode ser mais cedo. Outro ponto fundamental na busca por um sono de qualidade é a preparação adequada do ambiente. Em termos de luminosidade, é importante para o organismo estar em um ambiente mais escuro. A temperatura desse ambiente também deve ser levada em conta, como observa Beato. “Extremos de temperatura criam dificuldades para dormir ou se manter dormindo, a gente tem essa experiência. Em temperaturas próximas a 40 graus, acima de 30, 35 graus, o sono não fica tão bom. Da mesma forma, quando está muito frio”, atesta o professor.

Foto: Carol Morena

A escolha do colchão e travesseiro é mais um aspecto citado por Rogério Beato, já que deve haver conforto suficiente para evitar incômodos e dores, sejam elas lombares ou na região cervical, que venham a comprometer a hora de dormir. “Dores causadas por um colchão ruim, às vezes muito fofo ou muito duro. Deve-se escolher um colchão ou travesseiro adequados a cada indivíduo, pois isso pode dificultar a dormir ou mesmo prejuízos se causar dor ou algum desconforto no corpo”, pontua.

Tempo de sono ideal?

A ideia de que os indivíduos devem dormir, em média, 8 horas por dia é controversa. De acordo com o professor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, Marco Túlio de Mello, existem pessoas que são chamadas de curto dormidoras, que necessitam dormir até 6 horas e meia, enquanto as longo dormidoras precisam de mais de 9 horas e meia. Já os intermediários exigem um tempo de sono médio correspondente a esse intervalo, ou seja, o “ideal” vai depender das necessidades biológicas de cada um. “A média de sono da população é de 7 horas e 40 minutos, que foram arredondadas para 8 horas e isso passou uma ideia para a população de que se deve dormir 8 horas, o que não é uma verdade absoluta”, resume o professor.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Marcos Paulo Rodrigues – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues