Acompanhamento multidisciplinar no tratamento do diabetes

Saúde com Ciência entrevista especialistas sobre o que é a doença, seus fatores de risco, medidas de prevenção e tratamento


11 de novembro de 2016


Na semana do Dia Mundial do Diabetes (14/11), Saúde com Ciência entrevista especialistas sobre o que é a doença, seus fatores de risco, medidas de prevenção e tratamento

ImpressãoO diabetes está diretamente relacionado à ação da insulina, hormônio responsável por transportar a glicose do sangue para as células, fornecendo energia para seu funcionamento. As complicações da doença, portanto, envolvem diversos sistemas do organismo, daí a importância de uma atenção multidisciplinar no tratamento do diabetes.

Quando o papel da insulina não é devidamente cumprido, o nível de glicose no sangue aumenta e é esse acúmulo que, em longo prazo, traz complicações à saúde do indivíduo. O professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Rodrigo Fóscolo, faz uma analogia para explicar o processo: “A água numa barra de ferro em curto prazo não faz efeito nenhum, mas, em longo prazo, ela aumenta a oxidação desse ferro, causa uma ferrugem e depois de dez, vinte anos dessa barra molhada, você consegue quebrá-la com a mão. O mesmo acontece com a glicose: ela se combina com alguns elementos do nosso corpo quando não deveria fazer isso, aumentando o estresse oxidativo e podendo causar problemas”.

Problemas oculares, renais e na gestação, dores ou falta de sensibilidade nos membros inferiores, risco de amputação e disfunção erétil, são possíveis complicações acarretadas pelo diabetes quando o tratamento não é realizado de maneira cuidadosa. Como diversas funções do organismo podem ser comprometidas pela doença, o ideal é que profissionais de diferentes campos de atuação estejam envolvidos no tratamento.

“O nutricionista vai ser muito importante, a gente precisa do pessoal da enfermagem, porque são muitos cuidados e orientações, precisamos do atendimento psicológico, do atendimento médico, às vezes do podólogo, para um cuidado com os pés”, exemplifica a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade, Maria de Fátima Diniz.

Foto: Reprodução | Internet

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Saúde mental

Pelo conhecimento de possíveis consequências graves associadas ao diabetes, seu diagnóstico pode representar um trauma para o paciente. Além disso, o fato de a doença ser assintomática e de progressão silenciosa, a própria aceitação da condição é obstáculo para um tratamento precoce.

Dependendo do caso, o apoio psicológico é fundamental para evitar danos à saúde mental da pessoa com diabetes. “Por mexer com essa parte de alimentação e estilo de vida, isso pode trazer essa ansiedade, essa angústia, um paciente predisposto pode entrar em depressão. Existem muitos distúrbios de alimentação, por exemplo, bulimia e anorexia, exatamente porque são fatores que cronicamente vão angustiando o paciente”, finaliza o professor Rodrigo Fóscolo.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 180 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Bernardo Estillac | Edição: Lucas Rodrigues