Ambiente de trabalho pode ser causa de estresse

Nova série do Saúde com Ciência desvenda principais causas e consequências do estresse no trabalho


25 de junho de 2016


Nova série do Saúde com Ciência desvenda principais causas e consequências do estresse no trabalho

ImpressãoNervosismo, irritabilidade, dificuldade de relaxamento e aceleração para atender as demandas do trabalho. Esses são sintomas comuns ao estresse da atividade ocupacional. Muitas vezes, após ter esses sintomas identificados e acompanhados, o indivíduo retorna ao espaço que impulsionou o distúrbio desenvolvido. Mas para além da sua personalidade, o ambiente de trabalho pode ser a causa desse estresse?

Segundo a professora do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da UFMG, Ada Ávila, o estresse ocorre por meio de uma relação particular entre sujeito e ambiente, ou seja, o ser humano só desenvolve o distúrbio ao conviver com elementos estressores característicos do seu meio de trabalho.

Dentre esses elementos, destacam-se problemas de comunicação, regras excessivas, falta de equipamento adequado, relações distantes e hierárquicas. Ada lembra que as reações aos fatores estressantes são distintas em cada ser humano: “Um mesmo estressor pode provocar respostas muito diferentes a depender do indivíduo”. Outros âmbitos da vida dessa pessoa podem ser afetados, como família e amigos, comprometendo seu espaço de recuperação. “É um ciclo, se o indivíduo não se recupera na vida extra-trabalho, no dia seguinte ele vai estar menos disposto”, afirma a professora.

Hábitos nocivos, como alcoolismo, tabagismo e uso de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, estão entre as principais consequências do estresse ocupacional. Além disso, a condição induz a pessoa ao sedentarismo, com a possibilidade do aparecimento de doenças cardiovasculares, gastrointestinais e músculo-esqueléticas.

Para resolver o problema, Ada Ávila aposta em uma mudança no meio de trabalho: “Se é no ambiente em que se encontram os estressores, a primeira medida é identificá-los e ver como eles podem ser transformados”. Alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos são outras formas de prevenção e, em casos mais graves, são recomendados tratamentos médicos ou psicológicos.

Estresse no trabalho. Foto: Reprodução | Internet

Estresse no trabalho. Foto: Reprodução | Internet

Profissões mais estressantes

A especialista cita algumas profissões que são mais vulneráveis aos agentes estressores do ambiente de trabalho. Dentre eles, estão os profissionais que exercem o magistério. Última pesquisa sobre o tema realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) analisou o nível de estresse de professores do ensino fundamental da rede estadual de São Paulo.

Os dados revelaram que mais de 56% dos entrevistados apresentavam o estresse ocupacional. Os principais sintomas relatados foram cansaço, sensação de desgaste físico, tensão muscular, irritabilidade e ansiedade. Pessoas do setor de segurança, como agentes penitenciários, policiais e bombeiros e trabalhadores da indústria, que são submetidos a linhas de produção, também apresentam maiores chances de desenvolverem quadros graves de estresse.

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 177 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.