Carnaval: confira dicas para aproveitar a festa

Alimentação adequada, hidratação e cuidados com a pele devem fazer parte da folia


26 de fevereiro de 2019


Alimentação adequada, hidratação e cuidados com a pele devem fazer parte da folia

*Nathalia Braz

Foto: Bloco Alô abacaxi/ Julia Lanari

Só na capital mineira, de acordo com a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), o Carnaval deve atrair cerca de cinco milhões de pessoas para curtir os quase 600 blocos de rua que vão ocupar a cidade. Para aguentar os cinco dias de festa e ficar inteiro na Quarta-feira de Cinzas, o Saúde com Ciência elaborou algumas dicas sobre alimentação, hidratação, ressaca e cuidados com a pele.

Pele

Alguns cuidados começam antes de sair de casa. A dermatologista e professora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Luciana Baptista Pereira, recomenda escolher produtos que contenham menos substâncias químicas para usar na pele: “Todas as substâncias cosméticas podem dar alergia. Então, o que a pessoa deve tentar fazer é escolher produtos que não tenham tanta fragrância. Porque a fragrância vem geralmente de substância de planta, flores ou folhas e, quando expostas ao sol, essas substâncias podem causar irritação ou alergia”, conclui a professora.

Passar protetor solar antes de sair de casa e lembrar-se de repassar durante o dia também é muito importante. “Se a pessoa for ficar o dia inteiro no sol, é indicado protetores solares com fator de proteção maior que 50, meia hora antes de sair de casa e repetir de duas em duas horas”, afirma a dermatologista Luciana Baptista Pereira.

Dieta

A alimentação e a hidratação também são fatores que merecem atenção durante a folia, principalmente se a pessoa não tem alimentação saudável nos outros dias do ano. Por conta da exposição ao sol e as horas que os foliões ficam em pé, seguindo os blocos e dançando, comer comidas leves e se alimentar ao longo do dia são algumas das recomendações da nutróloga e professora do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFMG, Maria Isabel Correia.

Para quem preferir levar alimentos de casa, a professora Maria Isabel sugere: “Sucos naturais, frutas, nozes, castanhas e frutas secas são absolutamente mantidas de boa qualidade nessas circunstâncias e alimentam bem”.

Já para quem vai deixar para se alimentar no caminho, Maria Isabel recomenda evitar alimentos que possam retardar a digestão, como comidas gordurosas. Para as pessoas que não querem correr o risco de sentir algum mal estar depois de se alimentar, o ideal é dar preferência aquilo que não é frito, como os grelhados, que não tem grandes quantidades de gordura.

Mas não adianta tomar cuidado com a alimentação e se esquecer da hidratação. É fundamental que as pessoas tomem água frequentemente. A quantidade que cada pessoa deve tomar por dia varia de indivíduo para indivíduo. Mas a professora Maria Isabel dá uma dica: “O recomendado é se lembrar de beber água antes mesmo de sentir sede. Porque, quando tem sede, significa que já está um pouco desidratado. A sede é um sinal que já há uma diminuição da água dentro do organismo. Então, o que nós deveríamos fazer, é não sentir sede.”

Arte: CCS Medicina

Ressaca

Para muitos foliões, o Carnaval só é divertido com a ingestão de bebidas alcoólicas. O álcool, dentro do nosso fígado, é transformado em uma substância chamada aldeído, que pode causar inflamações e outras complicações. Logo depois de um período de consumo prolongado de álcool, é comum das pessoas sentirem uma diminuição do sistema imune e ficar gripada, com diarreia ou outras complicações agudas.

O professor do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador do Centro Regional de Referência em Drogas da UFMG, Frederico Garcia, alerta sobre outras consequências do consumo exagerado de álcool: “O aldeído também age no nosso cérebro, causando a aceleração da perda neuronal. Ainda que seja um período curto, no carnaval, as pessoas têm que fazer essa conta: Se vale a pena ou não beber e perder neurônios.”

O aldeído passa pelo cérebro e é o que causa a ressaca do dia seguinte, fazendo que o indivíduo sinta dores de cabeça, náuseas e mal estar. Se hidratar bastante, comer assim que conseguir ter apetência, evitar novamente o consumo de álcool e muitos medicamentos são algumas das recomendações para quem exagerar na bebida durante o carnaval.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 145 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.

*Nathalia Braz – estagiária de jornalismo

Edição – Maria Dulce Miranda