Casos de sarampo alertam para vacinação em países da América

Especialistas esclarecem casos de sarampo no Brasil e características da doença. Entenda no Saúde com Ciência


29 de maio de 2018


Especialistas esclarecem casos de sarampo no Brasil e características da doença. Entenda na nova série do Saúde com Ciência

Marcos Paulo Rodrigues*

Em 2016, o continente americano foi certificado como livre do sarampo pela Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). A região das Américas foi a primeira do mundo considerada zona livre da doença. Em 2018, porém, mais de dez países do continente relataram casos confirmados de sarampo, resultando, no início de maio, na emissão de um alerta da OMS com a recomendação de reforço na vacinação.

Nas Américas, foram registrados 1115 casos até o fim de abril deste ano, número superior aos 895 registrados em todo o ano de 2017. Diante do alto número de notificações, o alerta da OMS recomendando o fortalecimento da vacinação e vigilância é válido para todo o continente americano, já que a meta era eliminar a doença de cinco regiões mundiais em 2020. A professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Marise Fonseca, explica que para o sarampo se instalar em uma região são necessárias duas condições: pessoas susceptíveis, que não são vacinadas e não estão protegidas, e a entrada do vírus.

O Brasil não ficou de fora do “surto”: a maioria dos casos notificados está concentrada na Região Norte, especialmente no Amazonas e Roraima. “Então, a entrada do vírus ocorreu e, se a gente tem na região uma baixa cobertura, uma cobertura que não atinge a meta de 95% como é o caso do sarampo nas duas doses recomendadas, o vírus se instala”, indica a infectologista. Entre os anos 2000 e 2016, dados da OMS revelam que houve uma redução significativa da incidência e mortalidade pelo sarampo em escala global, porém, a doença ainda traz um impacto importante em complicações e mortalidades, principalmente para crianças mais novas e desnutridas.

“O sarampo persiste em várias partes do mundo, especialmente em regiões da África e Ásia, mas também em países da Europa. Em países europeus, vimos, recentemente, um aumento de casos muito significativo de 2016 para 2017”, acrescenta Marise Fonseca. De acordo com a professora, mesmo com a permanente circulação do vírus, o cenário é mais favorável do que o que se considera anteriormente.

Crianças sem contraindicações devem ser vacinadas contra o sarampo. Foto: EBC / Reprodução

Vacinação

Para prevenção da doença é importante se imunizar, com atenção redobrada às crianças menores, que representam faixa etária prioritária. No Brasil, a vacina está disponível em postos de saúde e o Calendário Nacional de Vacinação prevê a aplicação da vacina Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, a partir dos 12 meses de idade. Alguns meses depois, uma segunda dose deve ser tomada com a Tetra Viral, que inclui imunidade contra a varicela. A vacinação dificulta a transmissão do sarampo, já que baixas coberturas vacinais podem facilitar o surgimento de doenças, comprometendo a saúde individual e coletiva.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Marcos Paulo Rodrigues – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues