Casos de sarampo nas Américas passam de 8 mil

Número de casos confirmados chamam atenção para a importância da vacina contra o sarampo


05 de novembro de 2018


Número de casos confirmados chama atenção para a importância da vacina contra o sarampo

A região das Américas foi a primeira do mundo considerada zona livre do sarampo. Em 2016, o Brasil chegou até a receber  certificado como livre da doença pela Organização Pan-Americana da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Dois anos depois, porém, mais de dez países do continente relataram casos confirmados de sarampo. O cenário de rápida disseminação da doença levou à OMS a emitir alerta, em maio deste ano, com recomendação de reforço na vacinação.

Foto: Carol Morena

Para se ter uma dimensão do atual quadro do sarampo no continente, foram registrados mais oito mil casos da enfermidade nas Américas até o final de outubro deste ano. O número é superior aos 895 casos registrados em todo o ano de 2017. Diante do alto número de notificações, o alerta da OMS recomendando o fortalecimento da vacinação e vigilância é válido para todo o continente americano, já que a meta era eliminar a doença de cinco regiões mundiais em 2020.

A professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Marise Fonseca, explica que para o sarampo se instalar em uma região são necessárias duas condições: pessoas susceptíveis, que não são vacinadas e não estão protegidas, e a entrada do vírus.

O Brasil não ficou de fora do “surto”: a maioria dos casos notificados está concentrada na Região Norte, especialmente no Amazonas e Roraima. “Então, a entrada do vírus ocorreu e, se a gente tem na região uma baixa cobertura, uma cobertura que não atinge a meta de 95% como é o caso do sarampo nas duas doses recomendadas, o vírus se instala”, indica a infectologista. Entre os anos 2000 e 2016, dados da OMS revelam que houve uma redução significativa da incidência e mortalidade pelo sarampo em escala global. Porém, a doença ainda traz um impacto importante em complicações e mortalidades, principalmente para crianças mais novas e desnutridas.

“O sarampo persiste em várias partes do mundo, especialmente em regiões da África e Ásia, mas também em países da Europa. Em países europeus, vimos, recentemente, um aumento de casos muito significativo de 2016 para 2017”, acrescenta Marise Fonseca. De acordo com a professora, mesmo com a permanente circulação do vírus, o cenário é mais favorável do que o que se considera anteriormente.

Vacinação

Para prevenção da doença é importante se imunizar, com atenção redobrada às crianças menores, que representam faixa etária prioritária. No Brasil, a vacina está disponível em postos de saúde e o Calendário Nacional de Vacinação prevê a aplicação da vacina Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba, a partir dos 12 meses de idade. Alguns meses depois, uma segunda dose deve ser tomada com a Tetra Viral, que inclui imunidade contra a varicela. A vacinação dificulta a transmissão do sarampo, já que baixas coberturas vacinais podem facilitar o surgimento de doenças, comprometendo a saúde individual e coletiva.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Marcos Paulo Rodrigues – estagiário de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues e Karla Scarmigliat