Índice de cobertura vacinal no Brasil está 30% abaixo do ideal

Baixos números podem fazer com que doenças consideradas controladas voltem a atingir a população em grande escala


29 de agosto de 2022 - , , , ,


A cobertura vacinal no Brasil está abaixo do esperado nos últimos anos. É o que apontam os dados da plataforma DataSUS, do Ministério da Saúde. Em 2021, por exemplo, a taxa foi menor que 60%, enquanto os índices ideais são acima de 90%, de acordo com o Instituto Butantan.

Com os baixos números, diversas doenças graves, consideradas controladas, podem voltar a atingir a população em grande escala. É o caso da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), os casos da doença diminuíram mais de 99% nos últimos anos, com 350 mil casos estimados em 1988 e apenas 29 casos notificados em 2018.

No entanto, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a cobertura de imunização contra a poliomielite caiu de 84,2%, em 2019, para 67,7%, em 2021, dado considerado preocupante para o controle da doença.

Segundo o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Enio Pedroso, convidado do Saúde com Ciência desta semana, sarampo e rubéola são outras doenças que preocupam.

“A vacinação representa um ganho de vida, de condições, de qualidade. O que o ser humano faz em se proteger por intermédio da vacinação, não tem preço”, ressalta o professor.

Para colocar o cartão de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos em dia, está acontecendo a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação em todo o país. A edição vai até o dia 9 de setembro. Confira mais informações no site do Ministério da Saúde.

Importância das vacinas

As vacinas contêm partes inativadas ou enfraquecidas de um determinado organismo, como os vírus. Por isso, quando injetado no corpo, os imunizantes desencadeiam uma resposta do sistema imunológico, que fica preparado para combater esse organismo quando entrar em contato com ele.

Anualmente, mais de 300 milhões de doses de vacinas, soros e imunoglobulinas são distribuídas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo Enio Pedroso, o PNI disponibiliza todos os imunizantes que o ser humano precisa receber.

Nos últimos anos, as vacinas têm sido questionadas em todo o mundo, quanto à eficácia e aos efeitos colaterais. Mas o professor ressalta que ela é essencial para a prevenção de diversas doenças graves.

“Vacinação é uma das condições básicas, como é a alimentação […] A imunização é uma das características importantes que salva vidas e aumenta a sobrevivência humana. Então, isso tem que ser mostrado para que as pessoas não fiquem com julgamentos falsos e inadequados com relação a não se protegerem utilizando de uma técnica tão especial como é a vacina”, enfatiza Enio.

Por isso, é importante manter o cartão de vacinação em dia, como forma de prevenir doenças graves e evitar que elas se espalhem em grande escala.

Saúde com Ciência

O programa de rádio Saúde com Ciência desta semana aborda a história da vacinação no Brasil e a importância dos imunizantes para evitar doenças graves.

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.