Comunidade observa avanços nas discussões sobre ensino na graduação durante seminário

Nos dias 2 e 3 de março a Diretoria da Faculdade de Medicina da UFMG promoveu debates com toda a comunidade acadêmica sobre o ensino dos cursos de graduação da Unidade. A iniciativa ocorre após a Congregação aprovar, em 2022, os novos Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs).

As mudanças visam adequar os cursos às diretrizes da UFMG e do Ministério da Educação (MEC), além de avançar em temas como acessibilidade e saúde mental. O Seminário marcou o início de atividades de planejamento para implementação dos novos currículos. “As apresentações foram excelentes e acompanhadas de discussões muito significativas para democratizar este processo, escutando a nossa comunidade”, analisa a vice-diretora da Faculdade, professora Cristina Alvim.

Ela pontua que as reflexões e propostas apresentadas são essenciais para compreensão das mudanças necessárias no chamado “currículo oculto” – conjunto de valores e atitudes explícitos ou implícitos vividos pelos estudantes e que não consta oficialmente na grade. “Recebemos várias devolutivas sobre a importância de momentos como esse e, também, várias ideias para novos encontros”, reforça a professora, que destaca também a participação ativa de docentes, estudantes e servidores técnicos-administrativos em educação. 

Um dos pontos levantados nas discussões foi a necessidade do constante alinhamento das unidades e campos de prática envolvidos na formação dos alunos, como o Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Hospital das Clínicas (HC) e Hospital Risoleta Tolentino Neves (HRTN). 

A professora do Departamento de Anatomia e Imagem (IMA) e coordenadora do Colegiado do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia, Luciene Mota, exemplifica com situações práticas da graduação. “Em contato com o ICB, percebemos que poderíamos evitar reprovações na disciplina de Fisiologia se os alunos passassem antes por Citologia e Histologia. Agora essas disciplinas são ministradas logo no primeiro período e serão pré-requisitos. Essa interface é fundamental para a Universidade melhorar cada vez mais a oferta dos cursos, independente das distâncias dos campi”, defende.

Ela também aponta que o seminário propiciou a integração e troca de experiência entre os professores dos três cursos da Faculdade de Medicina. A expectativa da implementação do novo currículo no curso de Tecnologia em Radiologia é para o segundo semestre de 2023. “Vamos continuar participando das discussões para poder vencer os desafios da efetivação das mudanças, que são de diversas naturezas”, pontua a professora. 

Os alunos participaram ativamente do evento. Gabrielly Sena, aluna do 9º período de Medicina e coordenadora geral do Diretório Acadêmico Alfredo Balena (DAAB), considera que o seminário cumpriu com os seus objetivos. “As mesas de ensino no ICB, saúde mental, ética e direitos humanos, ações afirmativas e inclusão, Atenção Primária a Saúde (APS) e avaliação permitiram a ampliação de pautas antes tratadas apenas em reuniões internas”, observa.

Ela ressaltou, ainda, o amadurecimento do debate sobre a necessidade da inserção dos alunos na Rede de Saúde Mental de Belo Horizonte. “Além disso, levamos as opiniões do corpo discente também em relação a avaliação, acessibilidade e inclusão, melhorias no contato com o ICB e a necessidade da modificação da prática na APS dentro do nosso currículo, priorizando atendimentos voltados para a saúde da família”, analisa. 

A sequência das discussões sobre a implantação dos novos currículos se dará por grupos de trabalho, planejados ao longo do ano, com objetivos específicos ou produtos definidos. O projeto deverá ser apresentado nos Colegiados e na Congregação e ter cronograma e objetivos pactuados coletivamente. A Diretoria da Faculdade prevê, ainda, que novos espaços de reflexão e construção coletiva serão propostos ao longo do ano.

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