Cooperativa de laboratórios oferece novos testes para diagnóstico e vigilância da covid-19

Identificação de variantes do Sars-CoV-2 e detecção de sua presença no ambiente figuram entre os serviços. Nupad é um dos laboratórios que integram a rede.


26 de julho de 2021 - , , , , , , ,


Técnica do Nupad analisa amostra:
Nupad é um dos laboratórios que integram a rede Coolabs. Reprodução | TV UFMG

Programa de Cooperativa de Laboratórios da UFMG – CooLabs Covid-19, que reúne laboratórios da UFMG para testagem diagnóstica da doença, ampliou sua gama de serviços. Começaram a ser oferecidos testes que detectam novas variantes do vírus Sars-CoV-2, exames sorológicos, testes de identificação de variantes virais por genotipagem, testes ambientais e análise do genoma completo do novo coronavírus para estudos epidemiológicos e vacinais.

Em quase um ano de programa, que foi estruturado pela Pró-reitoria de Pesquisa e é gerenciado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fump), as quatro unidades da rede – Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) da Faculdade de Medicina, Centro de Tecnologia em Vacinas (CTVacinas), Laboratório Institucional de Pesquisa em Biomarcadores (Linbio) e Laboratório de Biologia Integrativa – realizaram 115 mil exames RT-PCR para a rede privada, com uma média de 10 mil testes por mês, além de 182 mil testes para a rede pública.

“O CooLabs possibilitou à UFMG uma atuação coordenada no enfrentamento da pandemia, pondo à disposição da sociedade o conhecimento multidisciplinar e integrado dos seus laboratórios”, afirma o pró-reitor de Pesquisa, Mario Montenegro Campos.

O teste molecular RT-PCR detecta o RNA (ácido ribonucleico) viral por meio da análise de amostras do paciente. Ele permite detectar a doença logo nos primeiros dias após a manifestação dos sintomas, o que favorece o isolamento do paciente, a redução da disseminação do vírus e a atenção médica no período de avanço da enfermidade para a fase inflamatória.

Conheça as novas frentes de atuação do Coolabs:

Determinação de variantes do SARS-CoV-2

Variantes do Sars-CoV-2 são decorrentes do processo de mutação natural que ocorre durante a replicação do vírus, agravado pelas altas taxas de transmissão. Muitas mutações podem impactar as taxas de transmissão e a gravidade dos casos de covid-19. Os índices de infecções em vários estados brasileiros têm sido atribuídos às novas variantes, cuja identificação é de interesse individual e epidemiológico e subsidia estudos de vigilância por agências de saúde, redes hospitalares e empresas.

A detecção de variantes também é fundamental para a retomada das atividades presenciais. Pessoas e ambientes devem ser monitorados constantemente por meio de testes moleculares que detectam a presença de moléculas virais para a certificação de áreas consideradas covid-free.

Testes sorológicos para covid-19

A UFMG, em parceria com a Bio-Manguinhos (unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz), desenvolveu um teste Elisa (ensaio de imunoabsorção enzimática) para a pesquisa de anticorpos contra covid-19 que tem sido utilizado em toda a rede para diagnóstico, monitoramento e detecção de anticorpos em indivíduos vacinados. Trata-se de um teste de alta sensibilidade que detecta anticorpos IgM/IgG contra a proteína viral com base em amostras de sangue dos indivíduos.

Identificação de variantes virais por genotipagem

Por meio de um processo simples e rápido de PCR em tempo real, a rede CooLabs da UFMG consegue identificar diferentes variantes de Sars-CoV-2 circulantes no Brasil. As amostras de indivíduos com diagnóstico positivo para detecção de RNA ou proteína viral do coronavírus são elegíveis para a identificação da variante viral. O RNA viral é extraído dessas amostras, e a variante de Sars-CoV-2 é identificada em um processo rápido, sensível e eficaz por meio do uso de marcadores genéticos específicos. Com essa metodologia, é possível investigar a presença das variantes P.1, ou variante de Manaus (gama), P.2, ou variante do Rio de Janeiro (zeta), B.1.1.7, ou variante do Reino Unido (alfa), B.1.351, ou variante da África do Sul (beta) e B.1.617, ou variante indiana (delta).

Os resultados são liberados em até cinco dias úteis, o que acelera o processo de identificação das variantes virais por hospitais, agências de saúde, prefeituras e secretarias de saúde, favorecendo o controle em fronteiras, aeroportos e rodovias interestaduais.

Genoma completo de Sars-CoV-2 para estudos epidemiológicos e vacinais

O sequenciamento do genoma completo de Sars-CoV-2 é uma ferramenta utilizada em estudos de vigilância genômica que avaliam a transmissão e dispersão do vírus. Esses estudos são utilizados por agências de saúde, prefeituras, hospitais e empresas no controle da dispersão do vírus, identificação de grupos de transmissão, surtos, rastreabilidades e eventos de introdução e em projetos de vacinas que busquem variantes virais capazes de resistir a anticorpos neutralizantes.

Testes ambientais para covid-19

A presença de moléculas virais de Sars-CoV-2 pode ser investigada em diferentes superfícies de hospitais, escolas, clínicas médicas e odontológicas, restaurantes, hotéis, comércio, shoppings e áreas de grande concentração de pessoas, como empresas, aeroportos e rodoviárias.

A presença do ácido nucléico viral em superfícies indica a circulação do vírus no ambiente, favorecendo medidas de sanitização e esterilização em superfícies e equipamentos médicos e odontológicos. Esses testes também podem ser úteis para o planejamento do retorno das atividades presenciais em escolas e universidades.

O CooLabs tem desenvolvido projetos de monitoramento da covid-19 no retorno de atividades por meio da coleta de amostras e realização de PCR para detecção molecular do RNA viral em diferentes superfícies. A contratação de serviços engloba a visita técnica a ambientes para identificação de locais e equipamentos a serem testados e a liberação de laudo covid-free do estabelecimento após testagens.


(Assessoria de Comunicação da Fundep)