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Programa de Pós-Graduação em Infectologia e Medicina Tropical

Sobre o Programa

O Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Infectologia e Medicina Tropical (PPG-IMT) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais foi criado em 1972 e aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em 1974. Em 2018, o Programa completou 500 defesas de mestrado e doutorado, de forma que, ao longo dos seus mais de 51 anos de existência, formou 415 mestres e 215 doutores.

Na última avaliação da CAPES, o Programa recebeu conceito 6, mantendo-se assim entre as principais Pós-Graduações no Brasil, tendo se destacado pela produção científica de excelência e com elevado impacto internacional. O PPG-IMT conta, atualmente, com 21 professores orientadores permanentes, que desenvolvem seus projetos em 15 linhas de pesquisa atualmente vigentes e que englobam os diversos aspectos relacionados à Infectologia e Medicina Tropical. Dentre elas, destacam-se linhas tradicionais, como a “Doença de Chagas”, “Esquistossomose”, “Cardiologia tropical”, “Leishmanioses”, e linhas reformuladas, como “Imunologia das doenças infecciosas e tropicais”; “Clínica, diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e tropicais”; “Infecções virais: HIV, HTLV-I/II e outros vírus”, dentre outras. Tais linhas vêm passando por processo contínuo de reavaliação e aperfeiçoamento, com vistas à melhoria da qualidade técnico-científica dos projetos em desenvolvimento e da qualidade de produção científica, voltadas ao estímulo ao desenvolvimento da pesquisa translacional, com enfoque no desenvolvimento de projetos de pesquisa que envolva, simultaneamente, a pesquisa de nível básico com sua aplicação na clínica, possibilitando a colaboração entre seus grupos de pesquisa, além de grupos existentes em outras Instituições de Ensino e/ou pesquisa no Brasil e exterior.

O Programa tem também estimulado a vinda de pesquisadores estrangeiros, como é a participação de pesquisadores do Reino Unido nos Encontros de Pesquisa do PPG-IMT, realizados desde 2015, o que tem possibilitado o início de um longo e frutífero processo de colaboração internacional, que deverá impactar significativamente em nossa internacionalização, sendo uma das diretrizes traçadas nos últimos anos para nosso aprimoramento, visando também ao intercâmbio de docentes e discentes entre Instituições. Tais colaborações possibilitarão a formação de recursos humanos de alta qualidade, além de publicações de artigos científicos de elevado impacto e depósito de patentes nacionais e internacionais.

O PPG-IMT conta com discentes médicos e não médicos, que apresentam graduação em outros cursos afins da área de saúde, com o objetivo de englobar um maior nível de profissionais e permitir a diversificação dos projetos desenvolvidos nas dissertações de mestrado e teses de doutorado. Além disso, o PPG-IMT recebe também discentes de outros Estados brasileiros, bem como alunos de outros países. Temos estimulado a realização do estágio pós-doutoral e, atualmente, contamos com 14 pós-doutorandos vinculados em tal situação, muitos deles com bolsas PDJ/CNPq e PNPD/CAPES participando de grupos de pesquisa e co-orientando discentes do Programa.

HISTÓRIA

Em 13 de março de 1972, o Conselho de Pós-Graduação da UFMG aprovou o projeto do Curso de Pós-Graduação em Medicina Tropical, proposto pelo professor Jayme Neves. O Programa de Pós-Graduação em Infectologia e Medicina Tropical enfrentou dificuldades nos primeiros anos, pois ia de encontro a alguns pontos da reforma curricular promovida pela Faculdade de Medicina da UFMG.

Em 1985, o Colegiado do Programa definiu melhor as características dos profissionais ali formados, mas alguns problemas ainda persistiram. Isso levou à renovação no ano de 1990, resgatando professores da área médica. A partir daí, houve o esforço para retornar aos objetivos iniciais e com a existência de linhas de pesquisa bem definidas. A área física do Programa foi recuperada, com a criação do Centro de Treinamento e Referência em Doenças Infecciosas e Parasitárias (CTR-DIP), em convênio com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.

Em 2011, o Programa foi agraciado com “Menção Honrosa” no Prêmio UFMG de Teses no grupo das “Grandes Áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde”, por meio da doutoranda Márcia de Carvalho Vilela, que concluiu a tese intitulada “Papel de Receptores do Tipo Toll e de Mediadores Inflamatórios no Modelo Experimental de Encefalite Herpética”, tendo sido orientada pelo Prof. Antônio Lúcio Teixeira Júnior, orientador permanente do Programa.

No ano de 2017, o Programa foi agraciado com o Grande Prêmio UFMG de Teses 2017, no grupo das “Grandes Áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde”, por meio da doutoranda Lourena Emanuele Costa, que concluiu a tese intitulada “Biotecnologia de phage display aplicada para o desenvolvimento de uma vacina contra as leishmanioses e nova plataforma de diagnóstico sorológico”, tendo sido orientada pelo Prof. Eduardo Antonio Ferraz Coelho, orientador permanente do Programa. Com a mesma tese, o Programa foi agraciado com “Menção Honrosa” no Prêmio CAPES-INTERFARMA de Inovação e Pesquisa Edição, ano de 2017.

Em julho de 2018, o Programa celebrou o 500º trabalho concluído, desse número, foram defendidas 339 dissertações e 161 teses. O coordenador atual, professor Eduardo Antonio Ferraz Coelho, ressaltou considerar uma grande honra chegar à marca de 500 defesas do Programa, que já é consolidado nos níveis nacional e internacional. A quinquacentésima defesa foi realizada pelo discente Bruno Oliveira de Figueiredo Brito, tendo sido orientado pelo professor Antônio Luiz Pinho Ribeiro, e intitulada “Anormalidades Eletrocardiográficas Típicas e NT PRO BNP Elevado na Doença de Chagas”.

No triênio 2010-2012, o PPG-IMT foi avaliado pela CAPES com conceito 6. Em 2013, o Colegiado do Programa estabeleceu novas diretrizes buscando o incremento das cooperações internacionais. Na última avaliação quadrienal da CAPES (2017-2020), o Programa recebeu novamente a nota 6 da CAPES, consolidando-se como PPG de excelência. Por meio da avaliação dos pareceristas, entendeu-se que tal nota se apresentava como um estímulo à nossa maior produção, de forma que uma adequação do corpo docente foi realizada no sentido de se corrigir distorções até então existente quanto à produção docente. Esperamos continuar com nossa produção técnico-científico adequada para que, em nova avaliação quadrienal da CAPES, possamos atingir o conceito máximo desta agência.

No ano de 2022, consolidamos nosso 8º Encontro Anual de Pesquisa, evento que contou com a participação de pesquisadores de relevância nacional e internacional. Conseguimos realizar de forma plena algumas das atividades que propomos, tais como promover uma maior internacionalização de nosso Programa, por meio do recebimento de professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Southampton, que nos visitou no mês de dezembro e com o qual iniciamos sólida colaboração técnico-científica, por meio de Termo de Cooperação assinado em 2014. O Dr. Myron Christodoulides, tem participado como palestrante em todos os nossos Encontros de Pesquisa.

Nesse contexto, nosso PPG atua na formação de profissionais qualificados e de destacada produção científica e tecnológica, nas distintas subáreas da Infectologia e Medicina Tropical. De forma importante, a participação de docentes e discentes é evidenciada na produção científica (dissertações, teses e artigos científicos), no registro de patentes nacionais e/ou internacionais, publicação de capítulos ou livros originais, dentre outros. Além disso, a pesquisa aplicada vem agregando novas frentes de conhecimento nas áreas de Imunologia, Genética, Epidemiologia, Biologia Molecular, Bioquímica e Bioinformática, voltados para os estudos da relação “Parasito-Hospedeiro”, conforme evidenciado nas publicações. Apesar de ampla vocação para a aplicação do conhecimento em Infectologia e Medicina Tropical, nosso Programa é referência, não apenas no Brasil, mas também no exterior, no que concerne aos estudos na medicina humana e animal, aplicando estratégias multidisciplinares ao se abordar ferramentas modernas de Biologia, Epidemiologia, Genômica e Pós-Genômica, Imunologia, Fisiologia, Bioquímica e Bioinformática sem, contudo, deixar de lado os aspectos tradicionais da Infectologia e Medicina Tropical, os quais são de enorme importância na prevenção, no diagnóstico, tratamento e prognóstico das doenças infecto-parasitárias no país, tão diversos no campo das patologias relacionadas à área.

De forma ampla, nosso Programa se dedica, desde a sua criação, à promoção da Saúde Pública e ao bem-estar de nossa sociedade, visando à busca de soluções para diferentes problemas brasileiros, verdadeiros desafios em uma sociedade como a nossa marcada progressivamente por grandes contradições. Cumpre salientar que a Infectologia e Medicina Tropical transcendem ao interesse acadêmico, constituindo a base fundamental para o estabelecimento de políticas públicas em saúde e assim assegurar o desenvolvimento do país.