Cuidados na infância ajudam no desenvolvimento da fala
Saúde com Ciência apresenta série sobre linguagem infantil, aspectos da voz e da fala e processamento auditivo
04 de dezembro de 2014
Em homenagem ao Dia do Fonoaudiólogo (09/12), Saúde com Ciência apresenta série sobre linguagem infantil, aspectos da voz e da fala e processamento auditivo
A comunicação de uma criança começa a ser desenvolvida no dia do seu nascimento. Antes de completar um ano de vida e começar a pronunciar as primeiras palavras, a troca de gestos e olhares com os pais e pessoas ao redor contribuem para esse desenvolvimento. A produção da linguagem da criança, portanto, está ligada ao que ela vivencia em seu entorno, por isso a importância de cuidados precoces para evitar dificuldades com a pronúncia no futuro.
“Em geral, uma criança perto de completar um ano está apta a dar tchau, jogar beijo, bater palma na festa. Isso mostra que ela está entendendo o que a gente fala pra ela. Esse é o primeiro passo para depois falar”, ilustra a professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFMG, Erika Parlato.
A conversação com o bebê é fundamental para o aperfeiçoamento da linguagem, ou seja, os adultos devem oferecer as palavras. “Às vezes a gente olha o bebê, pensa que ele não está compreendendo e por isso não estabelece um diálogo”, observa Erika. Hoje em dia, no entanto, pesquisas revelam que o bebê já entende desde muito cedo, tornando essa “troca de ideias” necessária.
Um comportamento comum do adulto que pode prejudicar o desenvolvimento da fala da criança é o uso de palavras no diminutivo. “Se fazemos com que o bebê preste atenção na frase inteira para descobrir cada palavra e colocamos tudo no diminutivo – em português ‘inha’ e ‘inho’ – como é que ele vai perceber cada palavra?”, questiona a fonoaudióloga. Segundo ela, essa prática faz com que as palavras se assemelhem, trazendo maiores dificuldades de identificação para o bebê, em comparação com a fala natural da outra pessoa.
Outra situação que os pais devem evitar é achar “bonitinho” a criança falar errado. “De repente essa criança faz aniversário e a família pensa que ela não pode mais falar errado, mas o tempo todo ela foi valorizada falando assim”, alerta Erika. De acordo com a especialista, o ideal é que o adulto devolva a palavra correta. “Depois que a criança aprende a falar errado, fica difícil mudar esse quadro, porque ela passou anos fazendo isso e todo mundo achava que estava ‘bom'”, acrescenta.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h05, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. Ele também é veiculado em outras 84 emissoras de rádio, que envolvem as macrorregiões de Minas Gerais e os seguintes estados: Ceará, Espírito Santo, Maranhão, São Paulo, Paraná e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Confira a programação completa da série Semana da Fonoaudiologia no site do Saúde com Ciência.