Decisão compartilhada: informação e debate na promoção da saúde


29 de agosto de 2017


A importância da informação e do diálogo entre profissional e paciente na tomada de decisões sobre a saúde do mesmo permeou o debate na tarde de hoje, 29 de agosto, durante a mesa-redonda “Tomada de decisão compartilhada”, que visa incluir as preferências do paciente, aliadas à análise médica da saúde do paciente na decisão dos rumos do tratamento.

Reinaldo Valácio ministrou palestra sobre fundamentos e ferramentas na tomada de decisão compartilhada. Foto: Carol Morena

Tomada de decisões, comparações e preferências informadas são o caminho para escolher as melhores opções para a saúde do paciente. “A decisão vertical na qual o médico diz e o paciente obedece não é mais aceitável”, afirmou o geriatra Renato Valácio, coordenador de Ensino da Clínica Médica do Hospital Odilon Behrens (HMOB). Segundo ele, o paciente, cada vez mais, quer se informar, estar por dentro de sua saúde, conhecer as opções, os possíveis benefícios e riscos e probabilidades das mesmas, sendo necessário que o profissional esteja preparado para orientar, proporcionando a melhor decisão para a promoção da saúde do indivíduo.

Renato deixou claro que a decisão compartilhada requer esforço e um amplo diálogo. “É trabalhoso para o médico informar o paciente sobre suas doenças e entender suas particularidades para ajudar em suas tomadas de decisões, sem definições precoces, suscitando as preferências do paciente”, ponderou.

Comunicação como fator chave
Fabíola Lopes é médica e do Centro de Saúde Santa Lúcia, em Belo Horizonte, e sua equipe atende cerca de três mil pessoas da região, com alto índice de analfabetismo. Durante a palestra, ela afirmou que o conceito de decisão compartilhada é simples, entretanto, não é fácil de ser implementado. Como exemplo, citou sua experiência e as dificuldades de compreensão de termos médicos pelos indivíduos atendidos, devido à baixa escolaridade.

“Eu preciso sentir se o que estou falando está sendo compreendido pelo paciente, a partir de uma linguagem simples, tento explicar, informar para que o paciente tome a melhor decisão”, explicou. Nesse diálogo, ela frisou que é importante estimular a fala do indivíduo e questioná-lo para entender suas demandas e expectativas.

Também participou da mesa, através de videoconferência, a médica France Légaré,da Université Laval de Quebec, no Canadá, compartilhando sua experiência sobre o programa de pesquisa e evidências.

Congresso Nacional de Saúde
A programação da 4ª edição do Congresso reúne mais de 10 mesas-redondas, workshops e oficinas em torno do tema “Promoção da Saúde: Interfaces, Impasses e Perspectivas”, além de três simpósios internacionais nas áreas de prática e ensino de Saúde.

O Congresso Nacional de Saúde vai até 30 de agosto de 2017, com atividades pela manhã e à tarde, divididas em três eixos temáticos e um eixo transversal. O evento conta ainda com atividades culturais, com exposições, apresentações, lançamentos de livros e intervenções durante toda a programação, que integra ainda a programação das comemorações dos 90 anos da UFMG, celebrados em 2017.

A Secretaria executiva do 4º Congresso Nacional da Saúde atende na sala 5, no térreo  da Unidade.

Confira a programação completa na página do Congresso Nacional de Saúde.

Mais informações: 3409 8053, ou ainda pelo e-mail 4congresso@medicina.ufmg.br

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