Deficiências de vitaminas são problemas de saúde pública

Em nova série, Saúde com Ciência investiga causas e consequências de carência das vitaminas A e D, dentre outras


02 de maio de 2016


Em nova série, Saúde com Ciência investiga causas e consequências de carência das vitaminas A e D, dentre outras

ImpressãoA deficiência de vitamina D é motivo de alerta em escala global e pode acometer mais de 90% da população, dependendo da localização geográfica do país. Apesar do clima tropical, o Brasil não escapa do quadro. Em pesquisa recente na UFMG, foi realizada uma dosagem em cerca de 300 indivíduos que frequentam o serviço de endocrinologia. Das amostras, constatou-se que, em média, 30% dos pacientes apresentavam insuficiência da vitamina.

Segundo a professora do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Maria Marta Sarquis, orientadora da pesquisa, a vitamina D está ligada ao bom funcionamento do sistema imunológico, secreção de insulina, mineralização óssea e absorção de cálcio e fósforo pelo intestino. “Ela tem efeitos sistêmicos muito importantes, generalizados, com receptores em grande parte das células do organismo”, resume.

Presente em laticínios, ovos e frutos do mar, dentre outros alimentos, a vitamina D é produzida, principalmente, pelo próprio organismo. Para isso, os raios ultravioletas devem incidir diretamente na pele, sendo dispensado o uso do protetor solar no tempo recomendado pela professora Maria Marta. “A tonalidade da pele influencia na produção da vitamina. Pessoas com a pele mais escura tendem a produzi-la em menor quantidade, por isso, devem se expor mais ao sol, cerca de trinta minutos, três vezes na semana. Para os indivíduos com a pele muito clara, a recomendação é de cinco minutos”, explica.

Às pessoas de pele muito clara e escura, especialista sugere que elas tomem sol três vezes por semana por cinco e trinta minutos, respectivamente.

Às pessoas de pele muito clara e escura, especialista sugere que elas tomem sol três vezes por semana por cinco e trinta minutos, respectivamente

Exposição maior às partes do corpo que recebem pouca iluminação, como braços e pernas. E lembrando que os efeitos dos raios ultravioletas são menos nocivos antes das 10h e depois das 16h. Sobre as principais consequências da deficiência de vitamina D, destacam-se problemas nos ossos e músculos, como o raquitismo, que ocorre geralmente na infância. Quando essa carência se torna grave, o indivíduo pode desenvolver a osteoporose.

Vitamina A

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência de vitamina A, ou hipovitaminose A, é problema de saúde pública mundial. Estima-se que ela atinja quase 3 milhões de crianças em idade pré-escolar, sendo que, no Brasil, as populações do Nordeste e de municípios das regiões Norte e Sudeste são as mais afetadas.

Além do leite materno, alimentos alaranjados ou vermelhos, como cenoura, pimentão e mamão, e verdes-escuros, como brócolis e espinafre, laticínios e ovos, são fontes importantes dessa vitamina. Mais comum na infância, sua carência está associada ao comprometimento da visão, com a possibilidade de ressecamento da córnea e até quadros de cegueira.

Como meio de prevenção, foi criado em 2005 o Programa Nacional de Suplementação da Vitamina A. O projeto atende crianças de seis a 59 meses de idade e mulheres, sobretudo no período do pós-parto. Nas regiões onde a carência é maior, a primeira dose é oferecida após a criança completar seis meses e, a partir de um ano de vida, ela passa a receber a suplementação de quatro em quatro meses até os cinco anos. Os suplementos vitamínicos devem ser disponibilizados nos postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 175 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.