Doar sangue para salvar vidas

Programa de rádio convidou profissionais da Faculdade de Medicina e do Hemominas para discutirem a doação de sangue no Estado


09 de outubro de 2014


Programa de rádio convidou profissionais da Faculdade de Medicina e da Hemominas para discutirem a doação de sangue no Estado

saudecomcienciaSe você tem entre dezesseis e 69 anos de idade, goza de boa saúde e pesa mais de 50 kg, você pode ser um doador de sangue! Para isso, é importante não ter tido hepatite após os onze anos e nem ter se exposto a situações de riscos para doenças sexualmente transmissíveis.

“É bom lembrar que acima de 61 anos está apto a doar quem já era doador antes dos 60”, obseva a chefe da gerência de captação e cadastro da Fundação Hemominas, Heloísa Gontijo. Esse processo de doação de sangue é fundamental para o bom funcionamento de um hospital, uma vez que ele necessita de um banco de sangue para diversos procedimentos, como tratamentos cirúrgicos.

Foto: Reprodução / Internet

Foto: Reprodução / Internet

O diretor técnico-científico da fundação mineira, Fernando Basques, cita avanços mais recentes no procedimento, sem descartar a importância desse banco: “Há vinte anos, um transplante hepático consumia 40 bolsas de sangue. Hoje, na maioria das vezes, os cirurgiões conseguem operar sem a utilização de hemocomponentes. Mas é sempre importante ter uma reserva, caso haja necessidade”.

Um aspecto importante em procedimentos que envolvem transfusão de sangue está ligado à compatibilidade entre os tipos sanguíneos, definidos pelo sistema ABO (tipos de sangue A, B, AB e O) e RH (positivo ou negativo). O professor de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, José Roberto de Faria, explica didaticamente: “Quem é do grupo A tem um antígeno que é chamado de A, então ele reconhece quem é A como se fosse da turma dele. Já com o grupo B ele vai dizer ‘olha esse não faz parte da minha turma’ porque ele não tem a aglutinina A. Quem é do grupo O é como se fosse o ‘gente boa’, ou seja, tanto grupo A quanto grupo B, ao entrarem em contato com o O, não o reconhecem como estranho”.

No sistema ABO, se o grupo O pode doar pra qualquer um, o grupo AB é, segundo José Roberto, “receptor universal”. “Quem é do grupo AB, como tem tanto o A como o B, não faz anticorpo nem contra um nem contra o outro, ou seja, ele pode receber de qualquer um. Já o O pode doar pra qualquer um.” O professor ainda ressalta que quem tem o RH positivo só pode doar sangue para outro positivo, enquanto o RH negativo pode doar para ambos.

Ilustração simplificada do sistema ABO. Reprodução: Internet

Ilustração simplificada do sistema ABO. Reprodução: Internet

De acordo com Heloísa Gontijo, tudo isso acaba influenciando nos estoques de banco de sangue. “Estamos passando por dificuldades com os grupos negativos, especialmente o O negativo. Isso porque quase 90% da população é de grupos positivos”, alerta. A gerente de captação também indica porque o sangue O negativo é valioso para esse estoque: “Quando uma pessoa chega no pronto-socorro precisando de uma transfusão e não dá tempo de classificar seu tipo sanguíneo, liga-se um sangue O negativo”.

Para agendar uma doação na Fundação Hemominas, basta ligar gratuitamente para o número 155 e teclar a opção oito. Quem agenda previamente tem prioridade no atendimento.

Tema da semana

O Saúde com Ciência desta semana traz detalhes do processo de doação e do cenário atual em Minas Gerais. Confira a programação:

Tipos sanguíneos – segunda-feira (13/10/2014)

Condições para ser um doador – terça-feira (14/10/2014)

O que são e como funcionam os bancos de sangue – quarta-feira (15/10/2014)

Transfusão de sangue: principais casos – quinta-feira (16/10/2014)

Cenário atual das doações no estado – sexta-feira (17/10/2014)

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é produzido pela Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. De segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h05, ouça o programa na rádio UFMG Educativa, 104,5 FM. Ele ainda é veiculado em 70 emissoras de rádio de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Estados Unidos. Também é possível conferir as edições pelo site do Saúde com Ciência.