Durante pandemia, doenças transmitidas pelo Aedes aegypti também preocupam
O programa de rádio Saúde com Ciência aborda a dengue, zika, febre amarela e chikungunya, além de diferenciar os sintomas, que se assemelham aos da covid-19
27 de abril de 2020 - Aedes aegypti, chikungunya, coronavírus, Covid-19, Dengue, rádio, saúde com ciência, zika
A pandemia causada pelo novo coronavírus desafia a Saúde no Brasil com aumento exponencial do número de casos e, consequentemente, de mortes, além de ser uma doença desconhecida e sem vacina ou tratamento medicamentoso com eficácia comprovada. Mas, essa não é a única preocupação. O país também enfrenta cada vez mais casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. A semelhança dos sintomas com os da covid-19 é outro alerta.
De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, o Brasil já registra mais de 600 mil casos prováveis de dengue em 2020 (Em Minas Gerais são mais de 50 mil), tendo 221 mortes pela doença. Uma semana atrás, eram 16 óbitos a menos e, aproximadamente, 550 mil casos totais.
Segundo o infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Mateus Westin, a tendência é que o número continue aumentando, mas de forma diferente, conforme características de cada região do país. “A dengue é uma doença febril aguda que terá um grande número de casos, provavelmente, até o final de maio, quando a curva epidêmica diminui. Isso na região sudeste”, afirma.
Esse é o principal período de atenção, mas o cuidado com a dengue e as outras doenças transmitidas pelo aegypti devem ser durante o ano todo. A preocupação nesta época também é maior devido ao enfrentamento da covid-19, que apresenta sintomas semelhantes. Westin ressalta que a principal diferença são os sintomas respiratórios.
O tratamento para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é, na grande maioria dos casos, apenas para aliviar os sintomas, pois a cura acontece espontaneamente. Mas antes de se medicar, consulte um médico, pois determinados medicamentos podem agravar o quadro.
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O boletim epidemiológico ainda mostra que o risco de gravidade para a dengue é maior quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão. Além disso, a faixa etária acima de 60 anos concentra 58,4% dos óbitos. A idade e as comorbidades são as mesmas características do grupo de risco para a covid-19.
Conheça o mosquito e previna-se
O mosquito Aedes aegypti é um dos principais transmissores dessas arboviroses. Diferentemente dos pernilongos, ele tem hábitos diurnos, ou seja, a probabilidade de ser picado pelo inseto durante o dia é maior, mas não é restrita, já que ele se adapta facilmente.
De acordo com o professor do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Rodolfo Giunchetti, o corpo do mosquito Aedes aegypti também é diferente dos demais “ Ele tem uns rajados brancos no corpo, diferentemente dos culicídeos, mosquitos que são todos pretos”, comenta.
O professor também explica que os habitats de reprodução dos mosquitos são diferentes: “os culicídeos preferem se reproduzir em águas com matéria orgânica enquanto os Aedes aegypti em água limpa como uma caixa d’água sem tampa”. Dessa forma, eliminar os prováveis locais e objetos que possam acumular água, mesmo que em pouca quantidade como tampinhas de garrafa e na laje, por exemplo.
Além disso, para prevenir a proliferação do mosquito e, consequentemente, essas doenças, é indicado usar roupas compridas ou repelente, caso a vestimenta deixe áreas do corpo a mostra, e utilizar telas em janelas e portas, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis. Outro modo de se proteger é com a informação. Por isso, é necessário cuidado com as fake news.
Saúde com Ciência
O programa comenta sobre a incidência das arboviroses, como diferenciá-las do novo coronavírus, formas de prevenção, entre outros temas. Confira a programação:
-> Segunda-feira: Veiculação
-> Terça-feira: Dengue
-> Quarta-feira: Zika
-> Quinta feira: Chikungunya
-> Sexta-feira: Febre Amarela
Sobre o Programa de Rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.
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