Frieiras, micoses e chulé nos pés: conheça os principais cuidados

Suor excessivo, umidade e falta de alternância de meias e calçados ajudam na proliferação de fungos, bactérias e odores, provocando frieiras, micoses e chulé


02 de julho de 2018


Suor excessivo, umidade e falta de alternância de meias e calçados ajudam na proliferação de fungos, bactérias e odores, provocando frieiras, micoses e chulé

Nathalia Braz*

Os pés são exigidos para diversas atividades, dentre elas locomoção, trabalho, lazer e esporte. É preciso, portanto, que eles estejam em boas condições para que essas atividades sejam desenvolvidas com segurança, principalmente por ser uma área de sobrecarga. Suor excessivo, umidade e a não alternância de calçados e meias no cotidiano são propícios à proliferação de odores, fungos, bactérias e microorganismos, favorecendo quadros de frieira, micose e chulé.

As frieiras são pequenas fissuras nas dobras dos pés, causadas pela produção incomum e excessiva de suor – as pessoas devem ter atenção caso haja, juntamente ao odor associado ao quadro, a presença de fungos que pode agravá-lo. “Quando a pessoa tem uma facilidade muito grande para o aparecimento de frieiras e pés de atletas, é importante que ela vá ao médico caso tenha alguma dúvida, para verificar se tem ou não a presença de fungo na unha”, indica o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcelo Araújo.

Os quadros de frieiras estão associados com frequência a micoses nas unhas dos pés, portanto, o problema da unha deve ser tratado para que a frieira seja eliminada. O tratamento consiste em manter os pés secos e limpos e, dependendo do caso, medicamentos antifúngicos. Além de dores e coceira, as frieiras podem ser portas de entrada para infecções mais graves. “O paciente que tem uma erisipela ou celulite na perna, muitas vezes, tem esse quadro decorrente a uma frieira que não está tratada. Outro problema é que a presença de fungos nos pés pode gerar a contaminação de outras áreas da pele. É recomendável que essa frieira e pé de atleta sejam tratados”, reforça Marcelo Araújo.

Um dos principais fungos responsáveis pelo pé de atleta é chamado de dermatófito, mas também existe a possibilidade de contaminação por bactérias e cândidas, outro tipo de fungo que é um agente oportunista presente na pele, que pode se manifestar em dermatites ou inflamações de curta duração. Além de manter os pés limpos e secos após o banho ou contato com água de chuva, deve-se evitar pisar em locais onde há substâncias químicas, como sabão, água sanitária e ácidos. Nessas situações, o indivíduo deve utilizar sapatos adequados para se proteger.

Foto ilustrativa: pixabay.com

Chulé e outros cuidados

O chulé está diretamente relacionado à produção do suor e é importante avaliar se o tipo de meia ou sapato contribui para uma produção exagerada. Segundo o dermatologista Marcelo Araújo, o ideal é que as meias sejam de algodão e trocadas diariamente, já que são importantes na absorção do suor. Os sapatos também devem ser trocados, se possível, durante a semana, de preferência por aqueles com solado de couro. Para quadros que não há infecção fúngica ou bacteriana, a pessoa também pode recorrer ao talco, que ajuda a manter a área mais seca.

Araújo acrescenta que o hábito de observar os próprios pés facilita na detecção de pequenas lesões iniciais, que, na maioria das vezes, são facilmente corrigidas. “É importante lembrar que os pés, o aparelho ungueal e a pele podem ser locais de lesões mais graves, tanto de doenças inflamatórias quanto de doenças neoplásicas, como o câncer de pele. As pessoas têm que ter atenção e o cuidado da observação”, completa o professor.

Sobre o programa de rádio

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 187 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

*Redação: Nathalia Braz – estagiária de Jornalismo

Edição: Lucas Rodrigues