Gestante: você já ouviu falar de pré-eclâmpsia e eclâmpsia?

Aumento de pressão e até mesmo convulsões pode acontecer durante a gravidez e, sem acompanhamento, podem levar à interrupção da gestação e até mesmo à fatalidade.


05 de junho de 2023 - , , ,


No decorrer de uma gestação, o aparecimento de certas complicações pode agravar o quadro de saúde tanto da gestante quanto do feto. Nesses casos, é ainda mais importante um olhar atento à evolução da gestação para que essa gravidez, considerada de alto risco, possa ser conduzida da melhor maneira possível. O diabetes gestacional, por exemplo, é uma doença que caracteriza uma gravidez como de alto risco.

Outros complicadores do estado gestacional são a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia. A pré-eclâmpsia se caracteriza pelo aumento da pressão arterial da gestante. Apesar de existirem maneiras pelas quais os médicos podem tentar minimizar o seu surgimento, é uma condição que não possui uma prevenção definida.

Estima-se que entre cinco e dez por cento da população de gestantes vai manifestar um quadro de pré-eclâmpsia ao longo de sua gravidez. É o que afirma o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, e convidado do Saúde com Ciência desta semana, Mário Dias Corrêa.

De acordo com ele, uma vez que o aumento da pressão arterial da gestante seja identificado, é importante que ela seja acompanhada de perto para evitar a progressão do quadro. “A pré-eclâmpsia é mais comum no final da gravidez. Então, essa observação da pressão é que vai ser importante para a gente determinar se ela está desenvolvendo a pré-eclâmpsia na gravidez ou não. Ela pode também medir a pressão em casa, ou no posto”, reforçou ele.

Já a eclâmpsia é um quadro mais grave, que ocorre quando a pré-eclâmpsia não é identificada e minimizada. Ele se caracteriza pela aparição de convulsões durante a gestação. “Primeiro a pressão vai subir, e aí se a gente atuar de maneira correta, evita que ela tenha a eclâmpsia. Então a eclâmpsia, teoricamente, é cem por cento evitável se a pessoa estiver fazendo um acompanhamento correto”, destacou o professor Mário Corrêa.

Acompanhamento pré-natal é indispensável

O acompanhamento pré-natal é de suma importância para as gestantes. Ele é a melhor forma de garantir que a gravidez seja conduzida da forma mais saudável possível, tanto para a mãe quanto para o bebê. É através dele que condições como a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia podem ser identificadas. Por isso, quando se trata de uma gravidez de alto risco, ele se torna indispensável.

“Baseado no problema que ela apresenta, a gente vai ajustando esse acompanhamento. Muitas vezes, a gente precisa de auxílio de especialistas, por exemplo no caso da diabetes gestacional, a gente tem endocrinologistas que acompanham com a gente. Então ela vai, faz a consulta de pré-natal e já consulta com o endocrinologista no mesmo dia, que já faz algum ajuste na glicose, verifica se ela precisa fazer uso de insulina ou não. ”

Professor Mário Corrêa Júnior

“A consulta no pré-natal habitual, geralmente, é de uma vez por mês. No pré-natal de alto risco, dependendo da gravidade do quadro, a gente passa a fazer até toda semana”, explicou o professor. Ele detalha que o aumento da frequência das consultas permite que os exames sejam repetidos com um menor espaçamento de tempo, tanto para identificar novos problemas quanto para acompanhar a evolução de condições já conhecidas.

Saúde com Ciência

No programa de rádio Saúde com Ciência desta semana, vamos conversar sobre as gestações de alto risco. Discutiremos os diferentes fatores de complicação de uma gravidez, como o diabetes gestacional, a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia. Além disso, abordaremos também medidas de prevenção e de acompanhamento pré-natal em gestações de alta complicação

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelas principais plataformas de podcasts.