Hábito de leitura pode ajudar a prevenir doença de Alzheimer
Saúde com Ciência reapresenta série que trata sobre a relação entre a saúde e o hábito da leitura.
07 de julho de 2017
Saúde com Ciência reapresenta série que trata sobre a relação entre a saúde e o hábito da leitura.
Conhecimento, lazer, inserção social, comunicação… Diversos benefícios podem ser associados ao hábito regular de leitura, mas ele também pode ser um fator importante para a prevenção ou adiamento dos sintomas de demências, como a doença de Alzheimer. A leitura é um dos fatores que pode aumentar a reserva cognitiva, que se trata da capacidade do cérebro de se opor aos efeitos de algum tipo de dano cerebral, situação que ocorre no Alzheimer.
“Com o hábito de leitura sistemático e frequente ao longo dos anos você aumenta a conexão entre células nervosas, o número de sinapses entre as células do cérebro e consegue se contrapor aos efeitos da doença de Alzheimer, que lesa ou danifica essas sinapses”, explica o neurologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Paulo Caramelli.
Estudos já revelaram a maior prevalência da doença em pessoas com menor grau de escolaridade, especialmente analfabetos, outro dado que demonstra a importância da leitura na prevenção do Alzheimer e outras demências. Apesar disso, o hábito de leitura não tem sido tão comum no país.
De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, lançada em 2016 pelo Ibope e Instituto Pró-livro, 56% dos brasileiros lêem um livro a cada três meses. Caramelli sugere que medidas de incentivo à leitura devem ser desenvolvidas para melhorar o cenário atual de leitura no país, que lida com o envelhecimento da sua população. “Eu não tenho dúvida que o ideal seria tomar algumas medidas, desde medidas governamentais do Ministério da Educação, da Cultura, também de organizações não-governamentais e das próprias universidades pra incrementar o hábito de leitura, mostrando o mundo que ela oferece”, afirma o professor.
Leitura para crianças
Apresentar livros às crianças é uma forma efetiva de implementar o hábito da leitura e tornar a atividade prazerosa. Antes da alfabetização, além da leitura em si, contar histórias é importante para o desenvolvimento cognitivo da criança.
Quem cita os benefícios tanto de contar a história de uma forma espontânea como de ler diretamente em um livro é a professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina, Erika Parlato. “Quando a gente conta a história estamos oferecendo vocabulário, prosódia e quando a gente lê a história, além de tudo isso, estamos oferecendo qual é o formato esperado depois no código gráfico”, diz.
Para saber mais sobre a relação entre leitura e fatores como a memória, prevenção de demências, desenvolvimento cognitivo e o cenário, confira a série do Saúde com Ciência . Na próxima semana, o programa apresentará uma série inédita abordando novos temas que relacionem saúde e leitura.