Hábito de leitura pode ajudar a prevenir doença de Alzheimer

Na nova série de rádio, especialistas debatem os possíveis benefícios à saúde proporcionados por uma rotina de leitura


21 de abril de 2017


Na nova série de rádio, especialistas debatem os possíveis benefícios à saúde proporcionados por uma rotina de leitura

Conhecimento, lazer, inserção social, comunicação… Diversos benefícios podem ser associados ao hábito regular de leitura, mas ele também pode ser um fator importante para a prevenção ou adiamento dos sintomas de demências, como a doença de Alzheimer. A leitura é um dos fatores que pode aumentar a reserva cognitiva, que se trata da capacidade do cérebro de se opor aos efeitos de algum tipo de dano cerebral, situação que ocorre no Alzheimer.

“Com o hábito de leitura sistemático e frequente ao longo dos anos você aumenta a conexão entre células nervosas, o número de sinapses entre as células do cérebro e consegue se contrapor aos efeitos da doença de Alzheimer, que lesa ou danifica essas sinapses”, explica o neurologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Paulo Caramelli.

Estudos já revelaram a maior prevalência da doença em pessoas com menor grau de escolaridade, especialmente analfabetos, outro dado que demonstra a importância da leitura na prevenção do Alzheimer e outras demências. Apesar disso, o hábito de leitura não tem sido tão comum no país.

De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, lançada em 2016 pelo Ibope e Instituto Pró-livro, 56% dos brasileiros lêem um livro a cada três meses. Caramelli sugere que medidas de incentivo à leitura devem ser desenvolvidas para melhorar o cenário atual de leitura no país, que lida com o envelhecimento da sua população. “Eu não tenho dúvida que o ideal seria tomar algumas medidas, desde medidas governamentais do Ministério da Educação, da Cultura, também de organizações não-governamentais e das próprias universidades pra incrementar o hábito de leitura, mostrando o mundo que ela oferece”, afirma o professor.

Biblioteca do Centro de Memória (Cememor) da Faculdade de Medicina. Foto: Carol Morena

Leitura para crianças

Apresentar livros às crianças é uma forma efetiva de implementar o hábito da leitura e tornar a atividade prazerosa. Antes da alfabetização, além da leitura em si, contar histórias é importante para o desenvolvimento cognitivo da criança.

Quem cita os benefícios tanto de contar a história de uma forma espontânea como de ler diretamente em um livro é a professora do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina, Erika Parlato. “Quando a gente conta a história estamos oferecendo vocabulário, prosódia e quando a gente lê a história, além de tudo isso, estamos oferecendo qual é o formato esperado depois no código gráfico”, diz.

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Bernardo Estillac | Edição: Lucas Rodrigues