Isolamento social na pandemia é um dos fatores para aumento de doenças respiratórias em crianças

Podcast “Saúde com Ciência” ressalta os cuidados que as famílias devem ter com as crianças no período de inverno


20 de junho de 2022 - , , , , ,


As infecções respiratórias em crianças aumentaram significativamente no primeiro quadrimestre de 2022. Os números têm deixado muitas famílias brasileiras em alerta, principalmente em relação ao crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que pode ser resultado de infecções causadas por microrganismos, como bactérias, fungos e vírus, entre elas a Covid-19.

Segundo informações do sistema InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foram registrados 35.603 novos casos de SRAG em crianças de até 11 anos nos quatro primeiros meses de 2022, um aumento de 43,1% em relação ao mesmo período de 2021. Um dos fatores para esse crescimento é o isolamento social durante a pandemia de Covid, como aponta a professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, Laís Nicoliello, convidada da semana do podcast “Saúde com Ciência“.

“Com a pandemia, as crianças ficaram em casa por muito tempo e não tiveram contato com esses agentes. E agora, voltando as atividades habituais, vemos um ‘boom’ de doenças respiratórias. Com o retorno, vemos a exposição dessas crianças, que, até então, não tinham imunidade”, explica a especialista.

Outro fator importante para o aumento desses casos é a baixa cobertura vacinal, já que, segundo Nicoliello, houve uma queda da imunização nos últimos anos. “Isso é preocupante, porque a vacina previne contra as formas graves de inúmeras doenças”, ressalta.

Doenças respiratórias no inverno

As famílias precisam ficar atentas, já que no período de outono e inverno há maior transmissão de infecções respiratórias. Isso se deve ao contato mais próximo entre as pessoas nessa época do ano e aos ambientes que ficam mais fechados e com pouca circulação de ar devido às baixas temperaturas.

A professora ressalta que existem formas de prevenir essas infecções. Além do uso de máscara em ambientes fechados, lavar as mãos constantemente e manter as vacinas em dia, é necessário que a criança tenha uma rotina saudável, que inclui alimentação, “rotina de sono adequada, atividade física e atividades em ambientes externos”.

“Eu recomendo que crianças acima de 5 anos mantenham o uso de máscaras nas escolas, dentro das salas de aula. Não é só pela Covid, mas por causa de outras doenças respiratórias comuns nessa época do ano”.

Laís Nicoliello ainda recomenda que, se as crianças apresentarem síndrome gripal, como congestão nasal, tosse e dor de garganta, devem ser afastadas da escola. E em casos de sintomas graves, como febre por mais de três dias, cansaço, dificuldade para respirar, manchas pelo corpo e crises convulsivas, elas devem ser levadas ao médico.  

Saúde com Ciência

Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h. Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.