Menopausa encerra vida reprodutiva, mas não a sexualidade

Na semana do Dia Internacional da Mulher (8/3), Saúde com Ciência reapresenta série dedicada às mulheres e destaca o climatério e a menopausa, dentre outros assuntos


03 de março de 2017


Na semana do Dia Internacional da Mulher (8/3), Saúde com Ciência reapresenta série dedicada às mulheres e destaca o climatério e a menopausa, dentre outros assuntos

O climatério é um processo biológico natural do ciclo de vida feminino que ocorre, em geral, a partir dos 40 anos e chega ao fim com a menopausa, última menstruação da mulher. Antes do fim da vida reprodutiva da mulher, o corpo feminino passa por mudanças hormonais, que influenciam nas funções fisiológicas e podem envolver aspectos psicológicos e comportamentais. Mas se engana quem pensa que não existe sexualidade saudável no climatério, ou mesmo depois da menopausa.

De acordo com o professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFMG, Fernando Reis, a primeira manifestação física do climatério está no aumento da frequência de menstruações, que reflete na menor ocorrência de ovulações e está associada a uma oscilação na produção hormonal dos ovários. Na medida em que a mulher se aproxima da menopausa, a produção do hormônio estrógeno entra em declínio. “Com a queda do estrógeno, as menstruações vão ficar mais espaçadas, mais raras e menos volumosas até que acabem por completo”, afirma.

Outros sintomas decorrentes da falta desse hormônio, como o ressecamento vaginal e dores durante o ato sexual, podem comprometer a qualidade das relações, mas isso não significa que a mulher se torna incapaz de sentir desejo e alcançar o orgasmo. “Mesmo que os acontecimentos orgânicos possam interferir na vida sexual da mulher durante o climatério, há outros fatores importantes que podem estar presentes na mesma pessoa, como problemas no próprio relacionamento afetivo, doenças crônicas e depressão”, observa Reis.

Para que o período seja bem encarado, priorizando a qualidade de vida da mulher, existem tratamentos que incluem tanto uma abordagem médica como psicológica, além da importância de atividades físicas regulares e alimentação equilibrada. Segundo Fernando Reis, para os problemas orgânicos causados pelo climatério, o tratamento mais eficaz é baseado na reposição do estrógeno aprovada pelo médico. “É não apenas possível, como frequente e comum, a mulher ter uma vida sexual saudável após a menopausa. A questão é que ela deve estar bem”, reforça o professor.

Crédito da foto: mulheresdicas.com

Prevenção contra o HPV

Mesmo depois da menopausa, é recomendável que as mulheres se previnam durante o ato sexual. Isso porque o encerramento de sua fertilidade não impede a ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), caso do papiloma vírus humano, mais conhecido como HPV. A IST mais comum em escala global e também a principal causa do câncer do colo de útero, a doença pode ser prevenida com o uso da camisinha e através da vacinação.

A vacina deve ser disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas entre nove e 14 anos, meninos entre 12 e 13 anos e mulheres até os 26 anos que apresentam o vírus HIV/Aids. A ginecologista e professora aposentada da Faculdade de Medicina da UFMG, Edna Maria Lopes, revela que não há contra indicação para a vacina. “Hoje, a gente pede que as mulheres tomem, mesmo na faixa dos 40 anos. Mulheres e mesmo os homens que já contraíram o papiloma vírus também devem se prevenir”, diz.

Sobre o programa de rádio

O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.

O programa também é veiculado em outras 185 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.

Redação: Bruna Leles | Edição: Lucas Rodrigues