Minas Gerais registra cerca de 250 mil casos de dengue
Doença transmitida pelo Aedes aegypti levou 38 pessoas à morte. Quase 100 ainda estão sob investigação
20 de maio de 2019 - saúde com ciência
Doença transmitida pelo Aedes aegypti levou 38 pessoas à morte. Quase 100 ainda estão sob investigação
Quase 250 mil casos prováveis de dengue foram registrados em Minas Gerais em 2019. O estado também registrou 38 óbitos pela doença e outras 92 mortes estão sob investigação. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 2019 segue a tendência de anos epidêmicos. Por isso, o Saúde com Ciência reapresenta série sobre o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e também da zika e da chikungunya.
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e tem como sintomas febre alta, dor de cabeça na área dos olhos e dor intensa no corpo. Mas os sinais são confundidos com os de outras doenças, como zika, chikungunya, febre amarela, gripe e resfriado. “Para estabelecer a diferenciação, é importante saber a epidemiologia, a época do ano, o risco, a existência do vetor. Esses dados são muito importantes para estar alerta e estabelecer o diagnóstico. A certeza virá com a sorologia junto com a epidemiologia”, explica o professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Enio Pietra Pedroso.
A sorologia é um exame de sangue realizado em torno de cinco e sete dias após o paciente apresentar os sintomas. Ao todo, são quatro os tipos da dengue, sendo que, após ser contaminado por um tipo, o organismo cria mecanismos de defesa contra o vírus. Isso pode fazer com que a pessoa desenvolva um tipo mais grave da doença. “A gente pode produzir anticorpo contra o tipo um e infectar pelo dois, e aí ter uma relação como se fosse um estímulo reforçado. Isso produz uma quantidade muito grande de anticorpo que, junto com o antígeno (vírus), pode determinar reações de hipersensibilidade. E muitas doenças que depositam o grumo antígeno-anticorpo sobre o rim, sobre o pulmão, sobre a retina podem precipitar inflamação, os vasos dilatam, rompem e sangram”, detalha. Esse processo também pode provocar a diminuição de plaquetas, importantes para a manutenção do sangue no compartimento intravascular.
Não existe uma medicação para a cura da doença, mas os sintomas podem ser amenizados. “O tratamento é suportivo, ou seja, permite que o doente suporte o mal-estar até que a doença desapareça. De forma geral, a adequada hidratação, seja por via oral nos casos leves a moderados, seja por via venosa, é o tratamento mais necessário. E podem ser utilizados também antitérmicos e remédios para dor”, afirma o infectologista e professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG, Mateus Westin.
Mas não são todos que podem ser consumidos. “Especialmente no caso da dengue, há um risco da doença evoluir para as formas mais graves, com sangramentos, e o uso de anti-inflamatórios ou ácido acetilsalicílico (AAS) implicam em maior risco de evoluir para essas formas graves. Os remédios recomendados, nesses casos, são dipirona ou paracetamol”, alerta. Portanto, caso apresente algum dos sintomas, procure uma unidade de saúde para que o médico recomende a medicação adequada para o caso.
Sobre o programa de rádio
O Saúde com Ciência é produzido pelo Centro de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG e tem a proposta de informar e tirar dúvidas da população sobre temas da saúde. Ouça na Rádio UFMG Educativa (104,5 FM) de segunda a sexta-feira, às 5h, 8h e 18h.
O programa também é veiculado em outras 145 emissoras de rádio, distribuídas por todas as macrorregiões de Minas Gerais e nos seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Massachusetts, nos Estados Unidos.
Também é possível ouvir o programa pelo serviço de streaming Spotify.