Amígdalas e adenoides: do que o corpo precisa?

A função que desempenham é a de proteger o organismo, mas não é raro encontrar casos em que as amígdalas e as adenoides se tornam um problema de saúde e de qualidade de vida, principalmente em crianças.

 

 

 

Crianças até cinco anos costumam ser as mais afetadas por infecções dessas duas estruturas, que podem ser retiradas do corpo, mediante rigorosa análise médica.

A função que desempenham é a de proteger o organismo, mas não é raro encontrar casos em que as amígdalas e as adenoides se tornam um problema de saúde e de qualidade de vida. Principalmente em crianças, essas duas estruturas sofrem com os ataques de vírus e bactérias. A solução, em situações mais graves, e sob avaliação médica, pode ser uma cirurgia de remoção.

As amígdalas, localizadas na boca, e as adenóides, no nariz, são os primeiros mecanismos de defesa encontrados por agentes infecciosos que tentam entrar no corpo humano. “Em contato com os vírus e bactérias, ambas produzem anticorpos e linfócitos e podem aumentar de tamanho”, aponta o pediatra e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Marcos Carvalho de Vasconcelos. Quando causadas por vírus, as infecções tendem a ser mais brandas, com quadros de gripe. Se o agente é uma bactéria, os sintomas são bem mais severos: febre reumática, formação de placas e calafrios.

Segundo Marcos Vasconcelos, na década de 60, tornou-se bastante comum a cirurgia de retirada de amígdalas para o tratamento de quadros infecciosos repetitivos. “A partir da década de 70, esse índice diminuiu com o melhor acesso ao sistema de saúde e melhoria nos antibióticos”, explica. Hoje, a indicação para essa cirurgia, e também aquela de retirada de adenoides, é dada, principalmente, em casos de obstrução das vias aéreas, levando a um quadro de apneia. “É quando o indivíduo para de respirar durante o sono”, explica. Ronco, sono agitado e voz anasalada são algumas das principais consequências desse problema, que pode ser diagnosticado a partir de um exame de monitoramento em hospitais.

Idade

Em crianças muito pequenas e bebês, é cada vez mais rara a remoção dessas duas estruturas por causa do risco de deixar o corpo ainda mais vulnerável a vírus e bactérias.  “A defesa da criança entre oito meses até os cinco anos é menor. Ela já perdeu a proteção materna, tanto da placenta quanto aquela do leite materno, e está começando a produzir anticorpos”, aponta Vasconcelos.

Se, depois dos cinco anos, as infecções persistirem, ou em casos de obstrução de vias aéreas, o médico pode avaliar a possibilidade de uma cirurgia de retirada de amígdalas e adenóides. “É preciso estudar cada caso. O médico vai analisar se as infecções estão sendo causadas por vírus ou bactérias, observar se esse problema está trazendo alterações anatômicas na face ou até mesmo na postura”. Com o tempo, essas crianças podem passar a ter mudança de postura, mordida alterada, queixo mais fino, maior incidência de cáries, já que fica com a boca mais aberta e os dentes expostos.

A cirurgia

O pediatra Marcos Carvalho de Vasconcelos explica que, mesmo sendo procedimentos bastante realizados no mundo, eles devem ser indicados com muita cautela. “A cirurgia de amígdala requer anestesia geral. O pós-operatório é de dor”, explica. O paciente em fase de cicatrização deve tomar alimentos gelados e, dentro de oito dias, pode ter uma vida normal. “Quando bem indicada, a cirurgia vai provocar uma grande diferença na respiração. Ficará mais livre, menos ruidosa”, aponta. A retirada de adenóide pode ser feita no mesmo procedimento.

 

*Notícia publicada no Saúde Informa