Atraso da puberdade pode acometer adolescentes

 

A puberdade é um período marcado por transformações físicas e psíquicas em meninos e meninas. Crescimento dos testículos, pelos e aumento das mamas são alguns dos indícios de que o adolescente está entrando neste período. Entretanto, alguns meninos e meninas não desenvolvem características sexuais na faixa etária esperada. Problema pode estar associado a doenças crônicas, à deficiência na produção de hormônios, dentre outras causas.

 

Atraso da puberdade pode acometer adolescentes


Ilustração: Carina Cardoso

A puberdade é um período marcado por transformações físicas e psíquicas em meninos e meninas. Crescimento dos testículos, pelos e aumento das mamas são alguns dos indícios de que o adolescente está entrando neste período. Normalmente, a puberdade é adequada para a idade, em meninas, quando o aparecimento de mamas ocorre após os oito anos de idade. Já em meninos, o primeiro sinal da puberdade aparece após os nove anos e meio.

Entretanto, alguns adolescentes apresentam uma puberdade atrasada, ou seja, não desenvolvem características sexuais na faixa etária esperada. A ausência dessas características em meninas, a partir dos 13 anos, e para os meninos, dos 14 em diante, caracteriza um quadro de retardo puberal.

Causas e tratamentos

Vários são os motivos de um atraso na puberdade. O mais comum deles é o Retardo Constitucional do Crescimento e da Puberdade, considerado uma variação da normalidade. Neste caso, os adolescentes têm, além do retardo puberal,  estatura e velocidade de crescimento inadequadas para a idade cronológica, mas compatíveis com a idade óssea, sendo comum o relato de outros casos na família.

Outras causas são doenças crônicas; deficiência de produção de hormônios que regulam o crescimento, desenvolvimento, puberdade, reprodução e secreção de hormônios; além de falência das gônadas (ovários e testículos).

O atraso da puberdade é também característico de algumas síndromes, sendo a de Turner a mais comum, nas meninas. Essa doença genética é associada a baixa estatura, atraso da puberdade e má-formação renal e cardíaca. Os ovários não funcionam corretamente, levando à falta de hormônio feminino e, por isso, a puberdade não evolui corretamente.

Quando necessário, o tratamento deve ser dirigido à patologia de base, ou seja, a doença “principal”. Tumores, traumas no sistema nervoso central, hipotireoidismo e diabetes mal controlada, por exemplo, podem levar a um atraso puberal. A endocrinologista pediátrica Sarah Baccarini, doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da UFMG, explica que, no caso do Retardo Constitucional do Crescimento e da Puberdade, geralmente, o tratamento com medicamentos não é necessário.

 

Implicações emocionais

Mas nem todos os quadros são considerados atrasos, o que reforça a necessidade de avaliação especializada para confirmação do diagnóstico. Isso porque alguns casos são caracterizados apenas por baixa estatura, lentidão no aparecimento dos sinais puberais ou resultado de uma história familiar semelhante.

De acordo com  Sarah Baccarini, os adolescentes ficam muito preocupados quando percebem que seus amigos estão crescendo mais e notam uma diferença de características sexuais entre eles. “Expressões como ‘pequeno para a idade, ‘pouco desenvolvido’, ‘corpo de criança’, ‘pênis pequeno’ e ‘falta de menstruação’ são frequentes quando percebe-se que há um atraso no desenvolvimento desses adolescentes”, comenta.

Esse atraso puberal nos adolescentes pode ser associado a características emocionais que podem ser mais intensificadas, em razão da diferença física dos amigos da mesma idade. “Em alguns casos pode ser feita a indução da puberdade, naqueles adolescentes emocionalmente comprometidos. Nos meninos isso é feito com doses baixas de testosterona e nas meninas com doses baixas de estrógeno”, explica.

 

Assessoria de Comunicação Social da Faculdade de Medicina da UFMG